Você está em Artigos

Os Entraves da Inclusão dos Alunos Surdos no Ensino Regular (página 6)

5. Gestão Democrática Inclusiva

De acordo com o caráter social, as instituições de ensino não podem escolher quem irá atender, pois devem atender e incluir. O que vem a ser uma instituição pública de ensino, de acordo com B. Teixeira (2000), ou seja, um ambiente acessível a todos.

Essa afirmação deixa claro que os norteadores ao paradigma da inclusão esclarecem àqueles até então excluídos da escola comum, o melhor atendimento a que têm o direito de receber, uma vez que:

a escola deve receber todos aqueles que buscam a satisfação de suas necessidades educacionais. Tratando-se neste caso da administração e satisfação do direito à educação, o ideal da construção de escolas democráticas dirige-se principalmente à rede pública de ensino" (B. TEIXEIRA, 2000, p. 45).

No que se refere às escolas públicas, que tem como objetivo primordial a democracia, que abrem suas portas à participação de todos, não podem deixar de fora a demanda de alunos com deficiência dando desculpas de não estarem preparada para receber, ou que o espaço não esteja adequado, simplesmente dificultando o processo.

O mundo hoje é um mundo de diversidade e a escola, como instituição criada por esse mundo e pela sociedade, com o propósito de transmitir-lhes valores, atitudes e conhecimentos, deve, primordialmente, respeitar a diversidade humana, sabe-se que hoje a gestão tem grande papel nessas mudanças..

Apple e Beane (1997, p. 22) caracterizam as escolas democráticas como "comunidades de aprendizagem (...) diversificadas, e essa diversidade é valorizada, não considerada um problema. Essas comunidades incluem pessoas que refletem diferenças de idade, cultura, etnia, sexo, classe socioeconômica, aspirações e capacidades. Essas diferenças enriquecem a comunidade e o leque de opiniões que deve considerar. Separar pessoas de qualquer idade com base nessas diferenças ou usar rótulos para estereotipá-las são procedimentos que só criam divisões e sistemas de status que diminuem a natureza democrática da comunidade e a dignidade dos indivíduos contra quem essas práticas são dirigidas com tanto vigor. (...) Por esse motivo, as comunidades de alunos das escolas democráticas são marcadas pela ênfase na cooperação e na colaboração, e não na competição".

De acordo a citação acima, fica claro que para Apple e Beane são consideradas escolas democráticas, para Mantoan (1997, p. 145) é definido como escolas inclusivas as quais "propõem um modo de se constituir o sistema educacional que considera as necessidades de todos os alunos e que é estruturado em virtude dessas necessidades.

A inclusão causa uma mudança de perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apoia a todos: professores, alunos, pessoal administrativo, para que obtenham sucesso na corrente educativa geral".

Os professores que atuam nas escolas democráticas reconhecem as dificuldades de uma escola frente às desigualdades existentes na sociedade, precisam conceber a educação escolar como um dos espaços, em que se dá o aprendizado do respeito de ambas às partes, se a escola dá bons exemplos de ações democráticas aos alunos que também praticam boas atitudes.

O ambiente escolar deve ser transformado "em um centro onde se vive e não em um centro onde se prepara para viver" (TEIXEIRA, 1968, p. 45). Deve basear-se numa definição abrangente de "nós", num compromisso de construir uma comunidade que é tanto da escola, quanto da sociedade onde ela existe.

(APPLE e BEANE, 1997, p. 39). Um primeiro passo de grande importância da administração escolar, para o sucesso de uma política inclusiva, seria possibilitar a todos os que atuam no cenário educacional uma compreensão mais objetiva acerca das necessidades especiais de seus alunos, a fim de garantir ações e atitudes desprovidas de preconceito.

Observa-se que as crianças possuem potenciais e limitações, e que, portanto, são propensos a sucessos e fracassos. Verifica-se que todos percebam que "por detrás de um deficiente há sempre uma pessoa que quer estar entre nós, que quer ser um membro ativo da nossa sociedade e que quer desfrutar da vida, como todos nós. E isto não é uma questão de caridade. É, acima de tudo, um direto a ser respeitado" (MANTOAN, 1997, p. 170).

A preparação e capacitação adequada de todo a equipe escolar assegurando a eficácia no conteúdo, habilidade didática, criticidade e discernimento, além de uma ampla postura ética (MAIA, 2002), "amparados por serviços de apoio e parceria com instituições da sociedade". Ao implementar uma educação inclusiva está ao mesmo tempo forçando à administração da escola preparar novos direcionamentos  com relação às práticas pedagógicas mais evoluídas, e revendo  mudanças nas praticas dos professores, na metodologias de avaliação e aprovação  dos alunos para séries mais avançadas.

Com a inclusão veio o motivo para que a escola se adeque   atendendo às necessidades de uma sociedade heterogênea. Uma gestão escolar que busca a participação democrática em suas ações, a partir do momento que toma a inclusão como um compromisso de todos os integrantes da escola e não apenas da direção e dos professores. Após as pessoas tomarem conhecimento do que mobiliza os movimentos inclusivos, busca, através da gestão da escola, em reuniões do corpo gestor  e no conjunto de suas ações, mudanças tanto no ambiente físico do prédio escolar, quanto no desenvolvimento de uma pedagogia centrada no aluno, capaz de educar todos com sucesso, sem distinção e assim valorizar o aprendizado dos estudantes com necessidades especiais.

Frente a esse exposto, as autoras Forest e Pearpoint  (1997, p. 138) definem  o  princípio  da inclusão como:

Inclusão não trata apenas de colocar uma criança deficiente em uma sala de aula ou em uma escola. Esta é apenas a menor peça do quebra-cabeça. Inclusão trata, sim, de como nós lidamos com a diversidade, como lidamos com a diferenças, como lidamos (ou como evitamos lidar) com a nossa moralidade. (...) inclusão não quer absolutamente dizer que somos todos iguais. Inclusão celebra, sim, nossa diversidade e diferenças com respeito e gratidão. Quanto maior a nossa diversidade, mais rica a nossa capacidade de criar novas formas de ver o mundo. (...) Inclusão é reconstruir nossos corações e nos dar as ferramentas que permitam a sobrevivência da humanidade como uma família global.

Verifica-se que a escola democrática torna-se de fato a partir do instante  que é inclusiva, quando favorece ações que promovem toda a diversidade humana. Por contrapartida, a gestão democrática, conta com a cooperação de todos os profissionais da escola em conseguir comprometimento do ensino para todos, ajuda  para uma mudança no perfil do professor e na construção de um novo perfil de escola que, contemple e valorize a diversidade de todos os indivíduos , em igualdade com o advento da inclusão. Poder contar com uma equipe gestora que coloca a inclusão como prioridade no planejamento, trabalha com mais prazer em aceitar as mudanças.com o paradigma da inclusão.



Anterior   Próxima

Voltar para a primeira página deste artigo


Warning: date() [function.date]: It is not safe to rely on the system's timezone settings. You are *required* to use the date.timezone setting or the date_default_timezone_set() function. In case you used any of those methods and you are still getting this warning, you most likely misspelled the timezone identifier. We selected 'America/Sao_Paulo' for '-03/-3.0/no DST' instead in /home/storage/8/a1/08/pedagogia/public_html/final.php on line 104

Warning: date() [function.date]: It is not safe to rely on the system's timezone settings. You are *required* to use the date.timezone setting or the date_default_timezone_set() function. In case you used any of those methods and you are still getting this warning, you most likely misspelled the timezone identifier. We selected 'America/Sao_Paulo' for '-03/-3.0/no DST' instead in /home/storage/8/a1/08/pedagogia/public_html/final.php on line 104

Warning: date() [function.date]: It is not safe to rely on the system's timezone settings. You are *required* to use the date.timezone setting or the date_default_timezone_set() function. In case you used any of those methods and you are still getting this warning, you most likely misspelled the timezone identifier. We selected 'America/Sao_Paulo' for '-03/-3.0/no DST' instead in /home/storage/8/a1/08/pedagogia/public_html/final.php on line 105

Warning: date() [function.date]: It is not safe to rely on the system's timezone settings. You are *required* to use the date.timezone setting or the date_default_timezone_set() function. In case you used any of those methods and you are still getting this warning, you most likely misspelled the timezone identifier. We selected 'America/Sao_Paulo' for '-03/-3.0/no DST' instead in /home/storage/8/a1/08/pedagogia/public_html/final.php on line 105

Warning: date() [function.date]: It is not safe to rely on the system's timezone settings. You are *required* to use the date.timezone setting or the date_default_timezone_set() function. In case you used any of those methods and you are still getting this warning, you most likely misspelled the timezone identifier. We selected 'America/Sao_Paulo' for '-03/-3.0/no DST' instead in /home/storage/8/a1/08/pedagogia/public_html/final.php on line 106

Warning: date() [function.date]: It is not safe to rely on the system's timezone settings. You are *required* to use the date.timezone setting or the date_default_timezone_set() function. In case you used any of those methods and you are still getting this warning, you most likely misspelled the timezone identifier. We selected 'America/Sao_Paulo' for '-03/-3.0/no DST' instead in /home/storage/8/a1/08/pedagogia/public_html/final.php on line 106
Como referenciar: "Os Entraves da Inclusão dos Alunos Surdos no Ensino Regular " em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2025. Consultado em 15/10/2025 às 21:48. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/os_entraves_da_incluso_dos_alunos_surdos/?pagina=5