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Os Entraves da Inclusão dos Alunos Surdos no Ensino Regular (página 3)

3- Formação dos professores em relação à inclusão de alunos surdos na rede regular de ensino e o uso de recursos adaptados
 
É continuo o conhecimento dos professores, se trata de uma formação docente e regulamentada conforme a Lei atual de Diretrizes e Base de Educação Nacional (9394/96, art. 59. III) que prevê em seu dispositivo atuação de professores com qualificações com em nível médio ou superior, contudo exercendo o atendimento diferenciado e especializado, assim como os professores da rede de ensino fundamental e qualificado para atuarem com alunos especiais em classe (LDB, 1996).
 
A formação do professor deve ser um compromisso dos sistemas de ensino comprometidos com a qualidade do ensino. Nessa perspectiva, devem assegurar que sejam aptos a elaborar e implementar novas propostas e praticas de ensino para responder às características de seus alunos, incluindo aquelas evidencias pelos alunos com necessidades educacionais especiais. (PRIETO, 2006).
 
Conforme a autora, os professores tem que ser capazes de analisar os domínios de conhecimentos atuais dos alunos, e suas diferentes necessidades conforme seu processo de aprendizagem, bem como, criar atividades e materiais acessíveis, além de analisar formas de avaliar os alunos para aprimorar o atendimento e qualificar os mesmos, para os alunos.

Os cursos de formação se constituem um espaço propício para o desenvolvimento de habilidades e capacidades para identificação dos mecanismos do processo de aprendizagem e conhecimento dos alunos. O professor passará a desenvolver uma visão crítica sobre sua prática pedagógica, além de diversificar a metodologia de ensino, e usar instrumentos de avaliação compatíveis com as habilidades e potencialidades de cada um.

Em relação a alguns alunos com deficiência auditiva, o ideal seria que o  professor obtivesse disciplinas especificas para lidar com essas situações em sala de aula. Outra questão a ser inclusa nessas evoluções de aprendizado a redução de números de alunos na sala de aula, contudo garantindo uma valorização também uma boa remuneração dos professores, para que assim haja estímulos e apoio aos mesmos, afinal os professores estão capacitados e especializados para estas ocasiões.
 
O uso dos próprios materiais didáticos dos próprios educadores, também é uma maneira de incentivo a melhora, e que por sinal muito proveitoso para melhoria do aluno.  Algumas praticas pedagógicas são importantes para alunos com deficiência auditiva, transformando coisas abstratas em algo mais concreto, para facilitar a percepção do mesmo em algo real.
 
O desenvolvimento cognitivo de uma criança surda se estrutura tendo por base informações visuais. A imagem e a experiência são fundamentais para que haja aprendizagem e, consequentemente, evolução e desenvolvimento. Assim, não se defende que crianças surdas possuem naturalmente um déficit cognitivo em relação às ouvintes; o déficit é provocado pela ausência de linguagem e de informação, não sendo, portanto, naturais, mas circunstanciais (SILVA; BARAÚNA, 2007, p. 62).
 
Usar a tecnologia a favor do desenvolvimento pedagógico é um dos fatores e meios muito importante e promissor para a aprendizagem e adaptação do aluno, porque desperta neles uma curiosidade e vontade de fazer suas próprias pesquisas, deixando-os mais curiosos e independentes.
 
A aprendizagem passa a ser cooperativa, pois os alunos buscam a informação e trocam resultados com o grupo. De informador, o professor passa a ser orientador, gerenciando as diversas informações acessadas na internet, que devem ser analisadas, discutidas e transformadas em conhecimento (MORAN, 2000).
 
A internet é um meio fantástico que sempre está em atualização continua que possibilita inúmeras informações facilitando o aprendizado com suas  ferramentas, assim como o Datashow, televisão, todos são grandes recursos para motivação educacional, também não podemos deixar de citar outros recursos, bem como, instrumentos que mexam muito com imagens, cores e luzes, tudo o que atraem os olhares do aluno.  

Segundo Moran (2000)," ... a televisão e o vídeo têm a capacidade de comunicação sensorial, emocional e racional, superpondo linguagens e mensagens que facilitam a interação com os alunos". Como estes recursos são apenas um meio para a aprendizagem, antes e após seu uso devem ser feitas dinâmicas de análise dos conteúdos estudados.
 
Poderão ser abordados os aspectos positivos e negativos do vídeo, suas ideias principais, o que os alunos mudariam o que mais chamou a atenção, entre outros.

Outros recursos didáticos que poderão ser utilizados é a elaboração de murais com cartazes produzidos pelos alunos; a criação de uma minibiblioteca na sala de aula com livros diversos, dicionários, revistas e jornais; e até mesmo uma boa organização do quadro de giz, que pode propiciar um melhoramento significativo na aprendizagem dos alunos surdos, e também dos demais alunos.

Deve ainda ser enfatizado que o professor precisa estar sempre atento para não falar e realizar outra atividade ao mesmo tempo como, por exemplo, falar e mostrar uma gravura ou algo no quadro. Os alunos surdos devem prestar atenção no intérprete, para depois visualizar o que o professor está mostrando. É impossível visualizar duas coisas ao mesmo tempo.

Por fim, segundo Vesentini (1996, p. 3) "... o mundo mudou e o ensino  procura acompanhar essas mudanças, ajudando o aluno a compreender a realidade  na qual vive e da qual é parte integrante". Percebe-se, portanto, a importância deste ensino e aprendizado para todos os alunos, e a necessidade de subsidiar professores para atuarem de maneira crítica na Educação Inclusiva.

Percebe-se que tudo depende de uma boa capacitação, cabe aos nossos governantes direcionar um olhar mais preciso para que a inclusão aconteça verdadeiramente e não simplesmente colocar o aluno no ensino regular e deixar por conta do destino. Não se pode esquecer que para ocorrer essas adaptações é necessária uma adaptação no currículo escolar e organização de uma didática favorável e adequada a esse processo de inclusão de alunos surdos em classes regulares.

Além disso, cabem às instituições de ensino regular oferecer serviços de apoio especializado, como adaptação de material pedagógico, equipamento e currículo, profissionais especializados e adequação dos recursos físicos.

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Como referenciar: "Os Entraves da Inclusão dos Alunos Surdos no Ensino Regular " em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 27/04/2024 às 06:10. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/os_entraves_da_incluso_dos_alunos_surdos/index.php?pagina=2