Você está em Artigos

Os Entraves da Inclusão dos Alunos Surdos no Ensino Regular (página 5)


A imagem de que o aluno com necessidades educacionais especiais é aquele que apresenta "problemas" ou "dificuldades" de aprendizagem vem atrelada aos aspectos clínico-patológicos que envolvem o fenômeno da deficiência, ainda muito presentes no discurso dessas professoras e que constituem uma visão das dificuldades de aprendizagem como algo inerente ao aluno, subestimando as condições do meio ao qual estão circunscritas. (DUEK; NAUJORKS, 2007, p. 47).

Levando em conta a citação acima do autor Naujorks [...] se percebe que algumas mudanças que deve ocorrer para melhorar o ensino de alunos especiais em todas as atividades que forem desenvolvidas no decorrer do curso, relativas à educação inclusiva.   
Também a redução do número de alunos em salas de aula, sendo esse um dos maiores entraves, a valorização e melhor remuneração dos professores, assim como o apoio da sala de recursos e a orientação por profissionais especializados.   

Ter sempre que possível uma capacitação dos educadores para a construção e utilização de recursos e materiais didáticos próprios também poderia trazer melhorias para este ensino, além de tornar a aula mais atrativa e proveitosa não apenas para os alunos especiais bem como a todos que estão inseridos no processo.   

A prática de abordagens pedagógicas baseadas na visualização é bem vinda uma vez que vai ajudar não somente os deficientes, mas a todos, pois os recursos visuais facilitam a percepção de todos [...].  (NAUJORKS, 2007).  

O fato dos professores sentirem-se "abandonados", e sem um espaço-tempo para dar vazão aos seus sentimentos e questionamentos sobre a inclusão, vem acarretando sentimentos de incapacidade e despreparo ao trabalharem com o aluno com necessidades educacionais especiais. (DUEK; NAUJORKS, 2007, p. 49).

Muitas vezes o professor se sente sozinho numa batalha fica sem saber o que fazer quando recebe em sua sala de aula um aluno especial principalmente no ensino superior, torna de uma grande importância pedir ajuda, ou seja, ir atrás de estratégias para inserir esse aluno em suas aulas, trocar ideias com outros professores e/ou instituição que tenha em seu quadro de alunos, alunos especiais ajuda muito sempre alguém tem algo a ensinar e trocar essas experiências e de grande valia para quem recebe aluno especial, nos não podemos é deixar de cumpri as leis que regem a educação especial então aos profissionais correr atrás e se atualizar para que a inclusão ocorra de fato e na sua totalidade de rigor tudo em prol da inclusão.

Nesse momento cabe ao professor fazer as adequações necessárias sempre tendo em vista a capacidade de seus alunos, ou seja, adequando de acordo a cada deficiência que tem em sua sala de aula que às vezes pode ser mais de uma conforme dito antes.  

Por fim, segundo Vesentini (1996, p. 3) "o mundo mudou e o ensino  procura acompanhar essas mudanças, ajudando o aluno a compreender a realidade  na qual vive e da qual é parte integrante".  

Percebe-se, portanto, a importância deste ensino e aprendizado para todos os alunos, e a necessidade de subsidiar professores para atuarem de maneira crítica na Educação Inclusiva. Percebe-se que tudo depende de uma boa capacitação, cabe aos nossos governantes direcionar um olhar mais preciso para que a inclusão aconteça verdadeiramente e não simplesmente colocar o aluno no ensino regular e deixar por conta do destino. Não se pode esquecer que para ocorrer essas adaptações é necessária uma adaptação no currículo escolar e organização de uma didática favorável e adequada a esse processo de inclusão de alunos surdos em classes regulares.
 
Além disso, cabe às instituições de ensino oferecerem serviços de apoio especializado, como adaptação de material pedagógico, equipamento e currículo, profissionais especializados e adequação dos recursos físicos a todos que necessitarem.  

Não há como propor uma educação inclusiva, onde literalmente se jogue crianças com necessidades especiais nas salas de aula regulares, quando o professor não tem uma formação que lhe possibilite lidar com tais alunos (2005, p. 56).  

A formação dos professore ainda requer muito investimento é uma luta em longo prazo, tem-se que se discutir muito sobre esse problema aqui elencado no decorrer desse artigo, não pode se a ter simplesmente capacitações e formações temos que ter uma formação continua que venha suprir toda a defasagem que o sistema educacional em educação especial tenha.

Creio que para haver mudanças significativas no sistema educacional tem-se que fazer cumprir as leis, para que ocorra a inclusão na sua totalidade, lembrando que não se podem deixar de lado as questões financeiras que em determinado momento se torna um entrave na inclusão, tais como nas compras de equipamentos, pois sabemos o quão é caro todo o material voltado à inclusão principalmente fazer adequações nos espaços para receber esses alunos também é muito caro.  

Para que ocorra a educação inclusiva é necessário que haja um  planejamento e  que tenha uma aplicação de verbas adequadas à demanda educacional, para isso as instituições tem que se reorganizar e saber distribuir bem essas verbas para melhor atender a todos no processo de inclusão. Daí a importância de se insistir na ideia de que incluir não é só oferecer o direito a matrículas nas escolas regulares, mas apresentar condições para o efetivo processo de ensino e aprendizagem, num clima motivacional em constante movimento de reflexão-ação-reflexão.  

Os educadores têm que traçar uma luta contra a impunidade, muitas vezes os mesmos tem que atingirem metas que não estão ao alcance por entraves que ocorrem na inclusão. É importante verificar e ver o que vem acontecendo nesse processo de inclusão, que muitas vezes é somente uma transferência de problemas e não a solução dos mesmos, isso acontece sem um prévio investimento na estrutura física e humana simplesmente acontece.  

De acordo com essa visão não é deixar o aluno dentro de uma sala de aula durante quatro a cinco horas diárias simplesmente sem interagir com os outros alunos, bem ao contrario tem que haver um planejamento adequado para receber esse aluno que atentam para participação quase que total, adequando o material e o espaço quando for necessário para que haja interação em todos os momentos de aprendizagem construindo assim um conhecimento e tendo sucesso na inclusão.

Respeitar a educação inclusiva é antes de tudo saber diferenciar a diversidade e os saberes diferente e conviver no mesmo ambiente compartilhando saberes fazendo jus aos quatro pilares da educação "aprender juntos" julgo ser um dos mais importantes para que a inclusão tenha o resultado esperado.  

 É aceitar nossos não saberes e aprender com os outros usufruindo dos conhecimentos por eles construídos na perspectiva de um crescimento interpessoal para o desenvolvimento de um projeto maior. É, com certeza, não instituir sistemas paralelos, mas integrados em ação cooperativa e responsável para a construção de uma sociedade sem barreiras atitudinais, sociais, e de conhecimento do mundo frente às transformações científicas e tecnológicas que dele fazem parte.  
 
Com essa visão termino dizendo que ainda tem muito a se fazer para obter sucesso desejado nesse processo de inclusão. Representa, antes de tudo, uma filosofia de vida! Completando esta afirmação, trago a fala de Sartoretto que diz:

A inclusão só é possível lá onde houver respeito à diferença e, consequentemente, a adoção de práticas pedagógicas que permitam às pessoas com deficiência aprender e ter reconhecidos e valorizados os conhecimentos que são capazes de produzir, segundo seu ritmo e na medida de suas possibilidades (2006, p. 81). 

Isso só será possível se todos nos educadores acreditarmos em nosso próprio potencial e acreditarmos que somos capazes de mudar a visão da inclusão e que temos capacidade de aprender juntos com as diferenças afinal somos todos iguais nas diferenças. Corroborando com esta ideia Beyer afirma que:

O desafio é construir e pôr em prática no ambiente escolar um a pedagogia que consiga ser comum ou válida para todos os alunos da classe escolar, porém capaz de atender aos alunos cujas situações pessoais e características correspondentes requeiram uma pedagogia diferenciada. Tudo isso sem demarcações, preconceitos ou atitudes nutridoras dos indesejados estigmas. Ao contrário, pondo em andamento, na comunidade escolar, uma conscientização crescente dos direitos de cada um (2006, p. 88).   

Além de preparar uma metodologia diferenciada, cabem as instituições de ensino preparar um ambiente adequado como diz Bayer [...] requer adequação tonto no pedagógico quanto no espaço. Tudo sem expor os alunos a constrangimento e fazer adequações sem diferenciação entre as pessoas e conscientizando a todos de sua atuação frente à inclusão, não podemos deixar que haja conceitos e pré-conceitos e a assim influenciando uns aos outros dentro do processo.

Anterior   Próxima

Voltar para a primeira página deste artigo

Como referenciar: "Os Entraves da Inclusão dos Alunos Surdos no Ensino Regular " em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 20/05/2024 às 07:42. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/os_entraves_da_incluso_dos_alunos_surdos/index.php?pagina=4