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A Rotina na Educação Infantil: na Escola e no Contexto Familiar (página 5)


Considerações Finais

Os hábitos constituem um fator decisivo na construção da personalidade da criança. Ademais, identificam com o grupo social em que cresceram, com seus valores e sua cultura, e proporcionam uma trama sólida a partir da qual consolidam os processos de desenvolvimento do pensamento. Os hábitos e rotinas são também uma fonte inultrapassável para a consolidação de condutas autônomas.

É necessário que os hábitos sejam estáveis e se constituam em marco de referência para que determinadas situações operem como contextos familiares, próximos, nos quais as crianças se encontrem cômodos e seguros. Adquirir bons hábitos durante esta etapa lhes converterá em pessoas mais seguras e com maiores níveis de autonomia e autoestima.

Os pais deverão ser conscientes dos benefícios da atividade física para seus filhos, sobretudo nestas primeiras idades em que a motricidade se acha na base do desenvolvimento. Portanto devem animar a sua prática, independentemente das carências ou particularidades da cada um e não se limitar mediante uma super proteção inibidora.

Também os pais devem saber que o rendimento escolar se vê afetado, quando estes não limitam o acesso ou tempo de TV, videogames, consoles, Internet, etc., já que deixam de lado os trabalhos escolares e as amizades de brincadeira, aumentando a passividade intelectual, limitando a criatividade e o desenvolvimento da aprendizagem gerando evidentemente um baixo rendimento escolar.

Os pais são os que devem ter o controle dos programas, jogos e outros tipos de ambientes, gerando informação adequada à idade das crianças. Ainda que se falem em longo prazo, é nestas idades infantis (3-6 anos) que se devem criar os hábitos saudáveis para evitar o recentemente exposto.

Constatou-se que os hábitos devem ser trabalhados, de forma paralela e complementar, sob critérios de proximidade e colaboração, nos dois principais contextos da vida das crianças: o ambiente escolar e o contexto familiar. Somos conscientes de que a verbalização dos hábitos ajuda a sua automatização.

As crianças precisam seguir determinadas rotinas, padrões e normas de comportamento para sentir-se seguros, confiantes e tranquilos em seu ambiente. Também os hábitos ajudam a atingir certos níveis de equilíbrio emocional, que proporcionarão os mecanismos necessários para sua educação e a construção de sua personalidade.

Toda a literatura científica avalia que as idades precoces operam como um momento decisivo para incorporar e reforçar novos hábitos.

É fundamental assegurar a atividade e valiosa participação dos pais no processo educativo das crianças. A família e a escola perseguem um objetivo comum: colaborar de maneira ativa e estreita em sua formação e desenvolvimento. Para conseguir este desafio a comunicação e a coordenação são importantes, já que asseguram coerência e eficácia em todo o processo educativo.

A escola infantil, o colégio e a instituição educativa em geral não fariam sentido sem a presença ativa e constante dos pais, agentes educativos externos ao centro e base concreta sobre o qual se assenta o trabalho da instituição escolar.

É na família que se realiza as primeiros e principais aprendizagens cognitivas e emocionais, que permitem as crianças acessar, desde o afeto, ao entendimento e apreensão do funcionamento do ambiente e da sociedade.

Os pais proporcionam a principal aprendizagem sobre a ordem de prioridade dentre as possibilidades de escolha e as normas de convivência. No fluir das relações familiares diárias transmitem-se mensagens sobe o valor que se concede às coisas, aos fatos, aos acontecimentos e às pessoas, e o grau de importância atribuível às atuações cotidianas.
A formação do próprio julgamento, a distinção entre o importante e o assessório, entre o necessário e o opcional, são elementos da própria personalidade que se constituem tendo como modelos os pais, os educadores e a ambos em relação. Em resumo, a criança se educa principalmente no seio familiar, com seus pais, e sua família em geral. Os profissionais da escola colaboram numa tarefa à que são convidados pelos adultos progenitores.

O trabalho educativo envolve ajudar os alunos a estruturar as aprendizagens familiares, contribuir ao processo de personalização através da vida escolar e estender a autonomia pessoal, iniciada na família, a ambos lados de experiência social progressivamente mais complexos e longínquos do círculo do lar.

Considera-se benéfica a contribuição da equipe docente à solidez dos alicerces nas relações de confiança mútua entre família e escola tendo em vista a maior garantia de alcance e sucesso educativo.

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Como referenciar: "A Rotina na Educação Infantil: na Escola e no Contexto Familiar" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 18/05/2024 às 03:31. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/rotinaeducacaoinfantil/index.php?pagina=4