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Significar a Educação: Da Teoria à Sala de Aula (página 5)


A partir dessas limitações, procuramos exercitar a formulação de situações-problema significativos. Foi nesse momento que identificamos o problema maior. O professor fazia perguntas sobre a teoria pela teoria, contextualizava até, mas não problematizava, por não conhecer a origem do conteúdo. Por falta de conhecimento do contexto de seu nascimento, das situações, dos problemas que o geraram, não conseguia criar situações-problema reais e significativos no contexto do aluno. À medida que íamos dialogando com colegas professores sobre essa problemática, fomos sentindo as suas fragilidades e percebendo  que também eles  concordavam com que o problema estava na necessidade de primeiro conhecer historicamente o conteúdo. Desta forma, foi sendo desconstruído nosso anterior conceito de que conhecer o conteúdo era conhecer de cor as fórmulas, as informações, e se foi formando o novo conceito de que conhecer o conteúdo é conhecer a história da sua origem, para poder significá-lo na sala de aula de hoje.

E essa realidade reforça mais uma vez, a necessidade de rever a formação dos professores. Nas Universidades, em especial os cursos de licenciatura, necessitam desenvolver o espírito de pesquisa nos futuros profissionais da educação. Para que isso ocorra, faz-se necessário, além de adequar as metodologias em sala de aula, que o futuro profissional da educação tenha a oportunidade de conhecer a origem dos conteúdos da sua área de formação. O desconhecimento dessa origem, parece-nos, é um dos grandes limitadores da formação atual dos professores. Ajuda-nos nessa reflexão sobre o questionamento da formação dos professores, Berbel:

"Como vão participar compromissadamente da solução dos problemas sociais, regionais ou nacionais, os profissionais de nível superior que não tiveram um mínimo de preparo para isso em seu tempo de formação? Quantos anos mais precisarão até que adquiram por conta própria e/ou por força do ensaio-e-erro essa capacidade de enfrentar problemas e lhes propor alternativas viáveis de solução? Qual o compromisso da Universidade com a sociedade em que se insere, principalmente em momentos de acelerada transformação das condições gerais de vida da humanidade, no limiar do século XXI?" (1998:23)

 Por outro lado, a preocupação volta-se para os professores já formados e que estão nas salas de aula. Aqui, apontamos, como alternativa, sua formação continuada em serviço: os professores, organizados em grupos de estudo, por componente curricular, buscam estudar, de conteúdo em conteúdo, o contexto, as situações, os problemas que originaram os conteúdos e as suas significações em contextos, situações e problemas reais para os alunos atuais. Essa é uma dinâmica que está sendo desenvolvida por nove grupos de estudo,  em 2004, no Colégio La Salle, Canoas, RS.

Para orientar os professores ao investigar a ressignificação - desde a origem até a contemporaneidade - dos conteúdos, apontamos o quadro abaixo:


 

O quadro demonstra o caminho investigativo que pode ser seguido pelos professores desde a origem do conteúdo, e das transformações que o mesmo sofreu até nossos dias, para poder situá-lo, assim, de forma significativa, no contexto do aluno. Essa investigação necessita de muita persistência e dedicação do professor. Atualmente, com a ajuda da internet e com o apoio das  inúmeras bibliografias disponíveis em cada área do conhecimento, essa investigação é bastante facilitada. No entanto, a sua significação no contexto contemporâneo, com respeito às concepções prévias dos alunos, é um exercício diário para o professor, sempre de olhar voltado para o contexto e buscando situações e problemas que possam garantir essa significação do conteúdo.

Nesse sentido, além dos grupos de estudo, é imprescindível o diálogo com os colegas e com os alunos. É nessa rede, inclusive interdisciplinar, que tanto professores, como alunos, vão exercitando o olhar investigativo e significando as aprendizagens. Por outro lado, com a ajuda da informática, os professores, a partir do quadro acima, podem ir construindo um banco de dados, atualizado, ano a ano, e com o qual, com o passar do tempo, poderão ter à sua disposição uma riqueza de referências.

Assim, agora, tendo refletido o embasamento necessário antes de colocar o processo em prática, vamos nos encaminhar para uma proposta metodológica.

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Como referenciar: "Significar a Educação: Da Teoria à Sala de Aula" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2025. Consultado em 16/10/2025 às 14:06. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/significar/?pagina=4