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Significar a Educação: Da Teoria à Sala de Aula (página 6)


MÉTODO: O CAMINHO DA TEORIA

"O método é a alma da teoria" (Lenin)

Dinamizar a teoria na prática, como vimos, encontra inúmeras limitações. Apontamos, anteriormente, alguns dos fatores que entravam o processo, em especial, a falta de conhecimento histórico dos conteúdos. Claro é que os problemas não se restringem a isso. No entanto, nossa preocupação aqui é  auxiliar os professores, na realidade em que se encontram, para que possam construir um prática pedagógica significativa, apesar dos problemas históricos e atuais da educação, muitos deles situados fora da sala de aula, mas que têm influências nela.

Tendo pensado no resgate da origem e da significação dos conteúdos, nossas reflexões agora voltam-se para uma proposta metodológica capaz de orientar a prática pedagógica do professor, tendo presente a convicção de Lenin de que "o método é a alma da teoria". Os passos metodológicos precisam respeitar a natureza humana; levar à meta, ou seja, ao perfil de aluno a que a Instituição Educativa se propõe; e fundamentar-se nos conhecimentos teóricos disponíveis em relação ao processo de ensinar e aprender.

 Conclusão:

  • Se a natureza humana tem como vontade buscar respostas para os porquês que a circundam no contexto mundo;
  • se estamos inseridos em contextos voláteis, onde as verdades são relativas;
  • se o contexto pede e as necessidades humanas se voltam para a formação de pessoas competentes, capazes de compreender e/ou solucionar situações e problemas complexos;
  • se, para desenvolver esse perfil de pessoa, se necessita de exercícios mentais complexos; 
  • se o ser humano se motiva quando aquilo com o qual se confronta tem significado para ele;
  • se os conhecimentos escolares têm utilidade quando possibilitam a compreensão das situações e/ou a solução de problemas significativos dos alunos;
  • se as aprendizagens escolares precisam respeitar os conhecimentos prévios dos alunos;
  • se a solução de problemas, se os enigmas sempre foram instigadores para o ser humano;
  • se o novo saber é construído a partir da atividade ativa do aluno; e
  • se a pesquisa, a formação do espírito perquiritório é  o caminho para exercitar essas necessidades e desejos humanos;

então, a metodologia - que é o caminho para exercitar a alma da teoria - precisa ser um orientador para o professor, a fim de que os processos desenvolvidos levem a essas metas.

Inicialmente, cabe-nos conceituar a palavra pesquisa tão utilizada nos meios educacionais. Segundo o Dicionário Melhoramentos, "pesquisa é o ato de investigar e investigar, por sua vez, é inquirir, indagar". Para podermos inquirir, indagar, ..., portanto, para haver pesquisa, é preciso que haja um problema a resolver. Esse problema pode ser uma situação real de dificuldade com a qual nos defrontamos. Como também, pode ser algo que desconhecemos e que temos curiosidade, ou desejo de conhecer. Portanto, a educação que queira desenvolver a pesquisa no cotidiano da sala de aula, precisa ter a capacidade de provocar situações e problemas inusitados que suscitem o desejo de conhecer, compreender ou encontrar a solução.

Assim, antes de apresentar uma proposta que tem-nos ajudado muito nessa caminhada, vamos buscar a ajuda dos teóricos que também têm essa preocupação. Iniciamos com uma contribuição de Popper sobre a correlação mútua e complementar entre o conteúdo e as situações-problema do contexto do aluno. Esse autor assim se expressa:

... Para entender um problema, temos que tentar ao menos algumas das soluções mais óbvias e descobrir que elas falham; então, redescobrimos que existe uma dificuldade - um problema. Para entender uma teoria, temos primeiro que compreender o problema que ela se propõe a resolver.... (1995: 69)

Vemos que Popper indica que a teoria, como conhecimento acima do senso comum, seja individual ou coletivo, ajuda-nos a compreender uma situação ou a resolver um problema. Esse, aliás, é o grande problema que ocorre, historicamente, em nossas práticas pedagógicas, ou seja, ligar a teoria ao contexto, para a significação e/ou solução dos problemas. Precisamos, portanto, passar do paradigma do professor que se fixa no conteúdo a ser desenvolvido, e que se preocupa em "passar" esse conteúdo teórico para os alunos, para o do professor que parte de problemáticas reais e significativas para o aluno e que o instiga a buscar no conteúdo a fundamentação para a compreensão e/ou solução dessas problemáticas.

A preocupação com a natureza humana também está presente em nossa proposta. Nisso estamos com Paulo Freire que tão bem diz que o educador, em sua prática, não pode desrespeitar a vontade, os desejos naturais da pessoa. Igualmente Meirieu nos ajuda a refletir: 

Respeitar o natural para nele introduzir o artifício, criar o artifício para nele promover o natural: tal é o movimento que pode ser, sem dúvida, situado no centro da aprendizagem; tal é o processo que ilumina as posições e os aportes da psicologia da aprendizagem (que estuda o natural) e da didática da aprendizagem (que inventa artifícios). (1998: 73)

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Como referenciar: "Significar a Educação: Da Teoria à Sala de Aula" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2025. Consultado em 17/10/2025 às 00:55. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/significar/?pagina=5