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Um Novo Olhar para a Educação Infantil (página 3)

Na educação infantil não é diferente, o educador precisa saber que ensinar não é só transferir conhecimento, mas mostrar na sua prática escolar que a educação merece um tratamento sério e dedicado. Alguns acham que ser professor de pré-escola é muito fácil porque a maior parte do seu trabalho irá resumir-se em "brincar". Porém, esquece-se de que essa fase é a mais significativa no histórico de aprendizagem que o educando possuirá. Ser professor não é uma tarefa fácil como muitos que ingressam nessa área imaginam. É entrar nesse universo (escolar) sabendo que urgentemente precisamos de pessoas capazes de mudar, transformar, reelaborar; mesmo que essa mudança que emerge o movimento, torna vivo o espaço para a criação de processos e culturas novas.

No contexto da educação infantil, o educador é aquele que caminha junto com as crianças, observando/registrando, discutindo e refletindo sobre suas ações e sobre seus modos de expressão. Assim, ele rompe com a educação centralizada somente no adulto e passa a ter a criança como foco, adotando, então uma postura não só de observador, mas também de investigador das várias maneiras de se viver a infância. (Ostetto, 2012, p. 57)

É comum ver em nossos municípios a acessibilidade de professores em habilitações, especializações, etc, entretanto, não é só isso que um professor, principalmente de educação infantil deve ter. A formação do professor é muito importante, mas ele precisa estar consciente de seu papel na vida escolar de uma criança. Saber que não é o dono da razão e compreender a influência cultural que cada aluno carrega em sua trajetória de vida. Em sua rotina diária tem que estar presente a observação e o registro das atividades realizadas pelos alunos sempre. Só assim, o educador passa ater uma melhor postura diante do aluno.

Vocação é uma palavra muito utilizada em discursos de formações pedagógicas oferecidas aos discentes. TOSI (2013, p. 26), diz que "a vocação é uma característica já consagrada na literatura e significa a inclinação interna e natural para determinado tipo de vida e de atividade que dá plena satisfação". Os que estão na ativa, por sua vez, acreditam que isso é só ideologia, não funciona na prática e, os que ainda não estão, imaginam que, ter vocação para ensinar é ter o dom de ensinar. Quando se deparam com realidade, o conto de fadas acaba. Portanto, ao concluir o curso de pedagogia, pelo menos a maioria, acredita que tudo será um sonho, que será realizado dia após dia com a prática de lecionar. O professor deve sim estar atento a sua vocação, mas deve ter um espírito de curiosidade e solidariedade, para assim, exercer sua função com responsabilidade e clareza. O papel do educador.

"O pessimismo pedagógico abateu-se sobre os educadores, esvaziando o nosso papel enquanto agentes de mudança, destinando-nos ao imobilismo, à perplexidade" (KRAMER, 2001). Se os educadores não acreditarem mais numa mudança positiva na educação, então quem vai ser o agente transformador dessa missão? É preciso, antes de tudo, acreditar. Acreditar que são capazes, que a educação ainda tem jeito, e que as políticas públicas estão tentando nos auxiliar, mas para isso, eles devem também fazer a sua parte. Buscar métodos, alternativas para aguçar o gosto pelo aprendizado do aluno, parece ser impossível nos dias de hoje, onde os recursos tecnológicos e a base familiar não ajudam. Porém, essa missão: de educar, não pode ser apenas mais um trabalho a se cumprir, e sim, um desafio a ser conquistado.

Na hora de escolher uma área, um curso para prestar vestibular, pensamos: será que estou fazendo a escolha certa? É difícil saber, isso porque só a prática poderia nos responder claramente qual seria a escolha certa. Entretanto, faz-se necessário pesquisar e conhecer mais um pouco da profissão escolhida. Porém, isso não acontece. Ser professor agora virou ?moda? porque é a profissão que mais oferece oportunidades de emprego, principalmente em cidades pequenas, onde a variedade de empregos não existe. Daí surge outra questão: ser professor pela razão e não pelo coração? Não sabe ele que, para ser professor é necessário que:

"(...) tenha uma linguagem fluente, clara e simples; tenha confiança em si mesmo, mantendo seu controle emocional; seja firme, perseverante e criativo; tenha habilidade de manter boas relações com seus alunos e, acima de tudo tenha consciência profissional dos deveres e responsabilidades do magistério", afirma TOSI (2013, p. 28).
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Como referenciar: "Um Novo Olhar para a Educação Infantil" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 06/05/2024 às 18:42. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/um_novo_olhar/index.php?pagina=2