Aproximações Sobre a Vocação como Premissa na Formação Docente (página 2)
2 O estágio curricular e a construção de uma identidade
Considerando o curso de Pedagogia como um curso que compreende disciplinas e estudos de abrangência sem muita relevância prática, sendo a maioria deles estritamente teóricos, o estágio curricular deve ser entendido como a possibilidade de integrar tal cunho á uma vivência prática, permitindo ao futuro educador um enriquecimento na sua formação.
Nas Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia de 2006, a organização curricular do curso de Pedagogia oferecerá um núcleo de estudos básicos, um de aprofundamentos e diversificação de estudos e outro de estudos integradores que propiciem, ao mesmo tempo, amplitude e identidade institucional, relativas à formação do licenciado. Compreenderá, além das aulas e dos estudos individuais e coletivos, práticas de trabalho pedagógico, as de monitoria, as de estágio curricular, as de pesquisa, as de extensão, as de participação em eventos e em outras atividades acadêmico-científicas, que alarguem as experiências dos estudantes e consolidem a sua formação.
Ora, uma vez que os estudos serão sobre assuntos diversificados e considerando a análise anteriormente abordada, faz-se necessário que o estágio curricular - como representante da prática na grade do curso de Pedagogia - seja compreendido como elo entre todas as disciplinas, pois todas servirão como preparação ativa do futuro docente, independente da disciplina, ao mesmo passo em que promove ao acadêmico o encontro com a realidade escolar, uma experiência que sem o estágio, possivelmente não ocorreria.
De acordo com o Conselho Nacional da Educação, na reformulação das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia em 2003, publicado no Diário Oficial da União de 15/05/2006, o estágio curricular é percebido como ponto que promove a integração dos estudos e proporciona um enriquecimento na formação, é ainda entendido como "participação em atividades práticas, de modo a propiciar aos estudantes vivências, nas mais diferentes áreas do campo educacional, assegurando aprofundamentos e diversificação de estudos, experiências e utilização de recursos pedagógicos".
Se desta forma compreendermos o estágio curricular, se tornará perceptível, que o mesmo não se trata somente da instrumentalização da técnica docente ou da formação de um profissional pensante, mas é a possibilidade de integrar teoria e prática, formando um homem capaz de vislumbrar o caráter coletivo e social de sua profissão.
Ao ultrapassar as barreiras da burocracia, o estágio curricular, possibilitará um envolvimento do estagiário nas circunstâncias reais, compartilhando com ele, uma realidade que compreende problemas e necessita de soluções. Dessa forma, o futuro educador terá chances de desenvolver uma postura de pesquisador, analisando as diversas situações, e elaborando planos que visualizem novas maneiras de fazer educação.
O estágio curricular deve servir como preparação e proporcionar diferentes e novas experiências ao estagiário. Ao se envolver com o contexto escolar, a partir do contato com professores e alunos diversos, é possível realizar atividades que ampliem a capacidade de reflexão, possibilitando a formação de um profissional critico e ativo.
Considerando o Histórico do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá, pode-se dizer que o estágio curricular "objetiva construir a identidade do pedagogo como profissional inovador e criativo na sua atuação, capaz de analisar, compreender e lidar com as mudanças da e na vida social e suas implicações no sistema educacional".
Tendo por base esta consideração, acreditamos, portanto, que a atividade prática, mais do que apontar as falhas e insuficiências existentes no âmbito escolar é proporcionar ao estagiário a probabilidade de participação, reflexão e de conquista de seu espaço dentro deste contexto, ao mesmo tempo em que desenvolve sua identidade educacional.
Em reportagem à revista Escola Nova em maio de 2001, o educador português Antonio Nóvoa, ao ser questionado acerca do estágio responde reafirmando o que á pouco foi colocado. O potencial formador de cada um depende das ponderações feitas com os colegas, com quem está sendo observado e com o supervisor. Sem isso, a observação transforma-se em exercício mecânico, sem interesse. É essencial estudar os processos de organização do trabalho escolar, da gestão das turmas e da sala de aula, bem como as formas de utilização dos métodos de ensino e a capacidade de resposta às situações inesperadas. As competências para realizar essa análise são individuais e coletivas. A pertinência do estágio reside na compreensão da contribuição específica dos professores e na identificação da cultura profissional docente.
Ao observar e analisar as diferentes propostas metodológicas utilizadas pelos professores, o estagiário da educação, estará iniciando a construção de sua própria identidade de educador. Preparando-se assim, para escolher um caminho, dentre a complexa amplitude que circunda este campo, processo á nosso ver essencial para adequar o acadêmico que não tem afinidade ou mesmo vocação, para o exercício da função docente.
De acordo com Pimenta e Lima (2004), se considerarmos a necessidade profissional de uma formação continuada, os educadores formados e atuantes, deverão trilhar o mesmo caminho que os estagiários: Prática de Ensino que possibilita a observação, gerando uma problematização, a qual só será resolvida a partir de investigação, análise e intervenção, sempre induzindo a uma reflexão à cerca da realidade e do próprio papel docente.
O estágio curricular pressupõe atividades pedagógicas efetivadas em um ambiente institucional de trabalho, reconhecido por um sistema de ensino, que se concretiza na relação interinstitucional, estabelecida entre um docente experiente e o aluno estagiário, com a mediação de um professor supervisor acadêmico. Deve proporcionar ao estagiário uma reflexão contextualizada, conferindo-lhe condições para que se forme como autor de sua prática, por meio da vivência institucional sistemática, intencional, norteada pelo projeto pedagógico da instituição formadora e da unidade campo de estágio.
Durante o estágio, o licenciando deverá proceder ao estudo e interpretação da realidade educacional do seu campo de estágio, desenvolver atividades relativas à docência e à gestão educacional, em espaços escolares e não-escolares, produzindo uma avaliação desta experiência e sua auto-avaliação.
Ao considerarmos como base os pressupostos das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia, o estágio curricular é primordial para que o acadêmico realize com si próprio uma avaliação, onde, por meio da consciência, deverá analisar os pontos quais precisa melhorar e aprimorar, a fim de, quando estiver em sala de aula, faça da sua atividade diária, uma contribuição para o campo educacional.
Por meio da pesquisa e observação, pressupostos do estágio, é possível formar um profissional critico, reflexivo e participante. Através do estágio curricular, será possível alcançar uma noção prática e enriquecer o conteúdo teórico, a partir de uma realidade concreta e complexa - que é o contexto escolar - e ao mesmo tempo estimular o desenvolvimento de uma identidade docente.
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