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Afetividade - Uma Opção para A Educação (página 3)

Os dados revelaram que, os gestos posturais expressam grande parte da afetividade, embora a linguagem oral predominasse nas interações em sala de aula e tenham desempenhado um papel fundamental nas relações observadas. Na verdade, as palavras geram pouca eficiência na comunicação quando agem de maneira isolada, mas, quando associadas a posturas visuais e fatos sinestésicos, estes tornam a comunicação eficiente e plena segundo Richard Blander e Joseph Connors. Foram estas as técnicas utilizadas na comunicação com os alunos que complementaram e deram maior significado ao que já era dito oralmente.

As interações verbais tinham por objetivo encorajar, envolver e ajudar o aluno, no sentido de fornecer elementos que possibilitassem uma constante elaboração por parte dele. Nesse sentido, infere-se que existiu, por parte da professora, maior preocupação com o processo de execução da atividade e não apenas com o resultado final. Tanto a forma de se falar, como o conteúdo propriamente dito, demonstrando a relação entre o prazer em aprender, o interesse em fazer e a atuação do outro, as modulações da voz indicando o caráter afetivo que marcava a relação.

A professora, por sua vez, demonstrou a preocupação de encorajar os alunos a investirem no próprio aprendizado confiando na capacidade de cada um e fortalecendo a auto-estima. A professora demonstrou que o fato de terem consciência do entrelaçamento dos aspectos afetivos e cognitivos, tinha maior possibilidade de controlar e reverter sentimentos negativos, como também explorar de maneira positiva o desejo de aprender e o interesse em fazer. "Com o advento da função simbólica que garante formas de preservação dos objetos ausentes, a afetividade se enriquece com novos canais de expressão. Não mais restrita à trocas dos corpos, ela agora pode ser nutrida através de todas as possibilidades de expressão que servem também à atividade cognitiva." (Dantas, 1993, p. 75) 

3.2 Relato da Professora Ivany Fernandes

Durante 15 anos de docência, a professora percebera que existia um hiato entre o lar e a escola relativo a valores e que esta falta prejudicava o ambiente escolar e o ensino, e por iniciativa própria e ao seu modo fora corrigindo parcialmente em classe com sucesso.
Neste período ao inicio de cada ano letivo a Professora realizava uma avaliação do estado inicial de aprendizado da classe para se definir estratégia de trabalho e obter o maior rendimento do grupo.

Na busca da inter relação dos resultados destes alunos e o estado emocional ou vinculo afetivo foi encontrado muitas situações adversas ao sucesso.

Generalizando pode-se dizer que os filhos de mães que levam e buscam na escola, participam de reuniões, acompanham as atividades deles, promovem o relacionamento entre mães e escola e desejam saber de todos os detalhes comportamentais em sala, bem como o acompanhamento do filho ao conteúdo não acusam problemas de comportamento ou de relacionamento quer seja com os colegas ou com a professora.

A busca de soluções para problemas já identificados são ações que movimentam e que impulsionam o ser humano para melhoria de condições de trabalho e de vida.
Uma vez identificado os problemas encontrados durante algum tempo usou e aplicou uma ou mais ações visando corrigir os problemas existentes e já identificados quer eles estejam dentro da família ou na sala de aula que é o ponto onde se pode deter e executar as suas ações.

Como já realizava estes procedimentos há vários anos, e cada ano apareciam problemas diferentes, optou por um processo de sistematização de procedimentos. Nesta época era o ano de 2000, quando encontrou um texto de Eric Butterworth no Livro Canja de Galinha para a Alma de Jack Canfield e Mark Victor Hansen (1999, p.17).

Um professor universitário levou seus alunos de sociologia às favelas de Baltimore para estudar as historia de duzentos garotos. Pediu a eles que redigissem uma avaliação sobre o futuro de cada menino. Em todos os casos, os estudantes escreveram: "ele não tem chance alguma." Vinte e cinco anos mais tarde, outro professor de sociologia deparou-se com o estudo anterior. Pediu aos seus alunos que acompanhassem o projeto, a fim de ver o que havia acontecido com esses garotos. Com exceção de vinte deles, que haviam se mudado ou morrido, os estudantes descobriram que 176 dos 180 restantes haviam alcançado uma posição mais bem sucedida do que a comum como advogados, médicos e homens de negócio.
O professor ficou estarrecido e resolveu continuar o estudo. Felizmente todos os homens continuavam na mesma área, e ele pôde perguntar a cada um: "A que você atribui o seu sucesso?" Em todos os casos, a resposta veio com sentimento "A uma professora".
A professora ainda estava viva; portanto, ele a procurou, perguntando à senhora idosa, embora ainda ativa, que fórmula mágica havia usado para resgatar esses garotos das favelas para um mundo das conquistas bem sucedidas.
Os olhos da professora faiscaram e seus lábios se abriram num delicado sorriso.
- É realmente muito simples  - disse ela. - Eu amava aqueles garotos.

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Como referenciar: "Afetividade - Uma Opção para A Educação" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 27/04/2024 às 00:55. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/afetividade/index.php?pagina=2