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Gestão Democrática e Participativa: Educar com a Participação de Todos (página 3)

Não é possível pensar na participação da comunidade sem garantir os mecanismos de integração e envolvimento que possibilitem, de fato, que o poder de decisão e ação na escola seja compartilhado e a prática de gestão democrática experimentada por todos os atores da escola.

Dentre os principais processos de funcionamento de uma entidade escolar, o Projeto Político Pedagógico é indispensável para a elaboração de uma proposta pautada nos trâmites democráticos.

O que é um projeto político-pedagógico? É um instrumento de trabalho que mostra o que vai ser feito, quando, de que maneira, por quem, para chegar a que resultados. Além disso, explicitam uma filosofia e harmonia as diretrizes da educação nacional com a realidade da escola, traduzindo sua autonomia e definindo seu compromisso com a clientela. É a valorização da identidade da escola e um chamamento à responsabilidade dos agentes com as racionalidades interna e externa. Esta ideia implica a necessidade de uma relação contratual, isto é, o projeto deve ser aceito por todos os envolvidos, daí a importância de que seja elaborado participativa e democraticamente (VEIGA, 1995, p. 110).

Como afirma a autora, o projeto político-pedagógico é uma construção coletiva da escola com propostas de ações estabelecidas por todos os envolvidos e, respeitando "... princípios de igualdade, qualidade, liberdade, gestão democrática e a valorização do magistério" (VEIGA1 1995, p. 22).

 Para ser colocado em prática e ser compartilhado deve-se ter uma reflexão constante sobre as práticas assumidas, por ser um desafio contínuo a busca de qualidade.

No processo de construção da autonomia, é bom lembrar a importância da seleção de diretores, pois eles precisam ter conhecimento de administração, capacidade de liderança e compromisso com a escola e com os estudantes, além de serem bem aceitos com a comunidade. Para garantir a autonomia os diretores precisam criar espaços de decisão e para isto é necessário adotar medidas de ordem e informação sobre a escola: o layout do prédio, instalações e suas respectivas funções; a definição do número de turmas, alunos matriculados, evadidos, repetentes, aprovados; do número de professores e sua formação; cadastro de bens; registro de desempenho de alunos por ano (série), disciplina e bimestre. Junto com professores e pais é preciso identificar situações, problemas, prioridades, definir estratégias e ações, distribuir responsabilidades.

Essa prática, contudo, não deve ser concedida, mas conquistada pelos segmentos da escola e, para isso, é necessário que gestores, professores alunos, pais e funcionários, sejam sujeitos de sua história e compreendam a importância da participação de cada um. Isso significa a ruptura do modelo tradicional de administração escolar e do modelo tradicional de participação, o que frequentemente é confundido com presença em eventos e atividades eventuais. É preciso romper, sobretudo, com o modelo tradicional de educação.

A gestão democrática exige o cultivo da cultura da participação, do trabalho coletivo, da ação colegiada, da realização pelo bem comum. Enfim, é preciso possibilitar momentos de experimentação da democracia na escola para se tornar uma prática efetiva, consolidada e possível de ser efetivamente vivenciada.               

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Como referenciar: "Gestão Democrática e Participativa: Educar com a Participação de Todos" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 04/05/2024 às 23:29. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/gestao_democratica_participativa/index.php?pagina=2