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A educação e o processo de inclusão do aluno cego no ensino fundamental: memórias e reflexões federais, estaduais e municipais (página 4)

2.1. Apontamentos para a intervenção pedagógica para com o aluno cego

Para trabalhar com a criança cega não existem dificuldades. É mais fácil trabalhar com essas crianças, porque existe uma série de questões em como fazer ações educativas com que se caracterizam a interação e uma grande cooperação de como são os jogos compartilhados e de como é o uso dos brinquedos e a funcionalidade de todo um movimento. Todo esse procedimento tem por finalidade propor subsídios para a aprendizagem, em que o aluno é instruído através das explicações verbais que são ofertados para todos, conforme podemos destacar nos quadros 1, 2 e 3.

Quadro 1: Como facilitar o contato com o aluno cego

Procurar obter informações sobre a criança cega, tais como: Qual seria a patologia, onde se faz o acompanhamento especializado de outros serviços e como é o seu temperamento perante a criança cega.

Envolver uma boa comunicação com a mãe ou o responsável pelo aluno.

Fazer contato com o serviço que acompanha a criança, que viabiliza troca de informações.

Fazer com que o aluno cego explore como é a escola, que ele conheça também a professora, que conheça também o nome da professora, a sua voz, antes dos seus primeiros dias de aula. Isso ajudará bastante na nova situação, para que a criança se sinta mais segura na escola.

Socializar todas as informações com todos os funcionários da escola, para que eles tenham um bom entendimento de quais são as necessidades específicas de um aluno cego e que eles saibam como agir na hora com ele.

Evitar a superproteção do aluno cego e deixar que tente por ele mesmo.

Na maior parte do tempo, a criança cega se comporta fazendo birras e ficando agressivo, e isso não será justificado pela sua cegueira, pois limites e regras são para todas as crianças.

Não valorizar as aquisições realizadas pelas crianças cegas, porque aprender é um processo evolutivo para todas as crianças.

Conversar com a criança cega para que ela seja responsável com os seus materiais e atividades.

Usar termos que não se refiram a ver e olhar, porque a criança cega passará a usar palavras como tocar, pegar, ouvir e perceber.

Quando conversar com a criança cega, falar de frente com ela, porque isso vai estimulando-a em se manter direcionada a quem fala com ela. E cuidar também em chamar pelo nome quando ela estiver em grupo, para que perceba que é com ela que estão falando.

Explicar para as demais crianças que se encontram no mesmo ambiente da sala de aula com a criança cega a condição visual do colega. E orientar todas elas a se apresentar, uma de cada vez, falando o próprio nome e incentivar para que a criança cega responda e repita o nome de todos os colegas da sala de aula.

Estimular as crianças a ter um companheirismo com a criança cega, mas cuidar para que as crianças não se responsabilizem muito pelos cuidados em todas as atividades.

Situar a criança cega a explorar todos os espaços da escola, fazer com ela tenha uma orientação e mobilidade dentro da escola, para conhecer como os espaços são divididos dentro da sua escola, como: pátio, corredores, área de lazer, banheiro, sala e etc., e também envolvê-la com as pessoas a quem ela possa recorrer dentro da escola.

Criar várias situações onde as crianças cegas tenham mais tempo de interagir com o meio das pessoas.

Quando entrarem pessoas estranhas no ambiente que a criança cega está, mantê-la longe e relatar para ela o que vai acontecer. Isso vai evitar o aumento de ansiedade e insegurança da criança.

Manter a criança cega o mais longe de possíveis barulhos. Porque o excesso de barulhos diferentes poderá provocar desorientação com as crianças cegas.

Fonte: Adaptação do material literário de AMORIM, C. M. A.; ALVES, M. G. (2008).


No quadro supracitado, as orientações são de como favorecer uma formação pessoal, social e o conhecimento do mundo para a criança cega ou o aluno cego, para que ele possa viver e se relacionar no meio dos grupos e da sociedade, e também no meio de seus familiares. Se fosse parar e pensar, não é difícil trabalhar com as necessidades das crianças cegas, porque com elas é tudo mais fácil, pois, para envolvê-la em uma história, brincadeiras, procuramos um contexto no qual ela possa entender as explicações verbais e por outras pessoas também.

É preciso encontrar uma forma de contexto para ela poder explicar que ela é uma criança diferente de todas e que ela não poderá fazer as mesmas coisas que os outros fazem, e que, pelo fato de ela não enxergar, ela tem o limite e não poderá se comportar como se fosse um bebê, pois ela não é, nem poderá fazer as suas teimosias e birras, porque isso não é uma desculpa e um jeito de fazer com que as outras pessoas tenham dó dela. A criança cega terá que saber se cuidar sozinha, porque um dia terá sua vida independente.

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Como referenciar: "A educação e o processo de inclusão do aluno cego no ensino fundamental: memórias e reflexões federais, estaduais e municipais" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 17/05/2024 às 08:29. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/a_educacao_e_o_processo/index.php?pagina=3