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Anafalbetismo Feminino no Brasil e no DF - Um Estudo Exploratório da Realidade de uma Senhora de 89 Anos (página 3)

Conforme Fernandes (2004) e Soares (2004) o conceito de alfabetização tem sofrido várias mudanças nas últimas décadas, que podem ir da variação do enfoque a função que lhe atribuíram onde uns falam EJA e outros dizem Alfabetização de Adultos. Isso também nos mostra que mão tem um foco certo e que muda em relação ao pensador e a sua abordagem.

Na realidade muitos que foram ditos alfabetizados na realidade são analfabetos funcionais que conhecem as letras e os números (codificar), entretanto não compreende o que está lendo (decodificar), nem consegue fazer pequenas operações tornando ineficaz sua aprendizagem já que o mínimo o individuo não consegue fazer. Para Ribeiro (1997) e Ferraro (2002) o analfabeto é aquele que não sabe codificar, decodificar e fazer operações simples é mera repetição e que as taxas de analfabetismo são realizadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e PNADs (Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio) que a educação não tem qualidade dos sensos e descreve sobre a primeira edição do ?O capital? no qual Max fazia uma comparação da estatística social da Alemanha com a Inglaterra que foi divulgado em 1867. Verificamos que no Brasil o primeiro senso ocorreu em 1872 que fazia crítica a educação que já era visto na Alemanha.

Percebemos que na realidade para os que são detentores do poder (classe dominante) é melhor que a população seja inconsciente para ser desinformada e manipulada politicamente sem opinar e "atrapalhar" as ordens da classe dominante detentora do poder público.

Conforme Ribeiro (1997) e Freire (1992), o analfabeto muitas vezes não é apenas pela falta de acesso a educação, mas também pela falta de prática que torna o individuo alienado ao ponto de retroceder ma aprendizagem que foi descontextualizada tornando-se analfabeto funcional e em relação à política do Brasil um operário disse não votar no Lula pelo fato dele ser operário, que por ironia é o atual presidente já reeleito (um dos mais populares). Isso nos mostra que mesmo uma pessoa sendo alfabetizada muitas vezes continua na posição de oprimido socialmente, pois não acredita que pode mudar a sociedade através de seu voto.

Com isso notamos que a alfabetização e o analfabetismo não são opostos entre si, mas que o ensino e a estagnação em relação ao desenvolvimento de uma aprendizagem significativa dependerá do que está ao seu redor em relação ao ambiente onde ocorre a aprendizagem, se há algum estimulo negativo ou positivo para que haja um desenvolvimento.      

Entretanto Soares (2004) e Freire (1987) afirmam que na alfabetização não basta apenas codificar e decodificar, mas que aprendizagem seja significativa e prática diária onde o professor (coordenador) não é o detentor do conhecimento. Portanto a aprendizagem é algo que pode libertar o oprimido de sua atual situação em que se encontra através da pedagogia libertadora se assim lhe for concedido está oportunidade.

Verificamos que as obras de Freire como: a Pedagogia do Oprimido, Pedagogia da Esperança, Pedagogia da Autonomia e Educação como prática de liberdade estão sempre focando na qualidade da educação onde Freire (1987) através de sua experiência criou uma forma de ensinar e transformar a educação de adultos que não é uma técnica pedagógica, mas que atinge o principal objetivo de ter uma educação de qualidade, para formar cidadãos conscientes com participação na sociedade. Transformando o ensino, diminuindo a desigualdade social e esquadrinhando uma melhoria na qualidade de vida para que todos tenham oportunidades de crescimento no âmbito social e profissional.

No Brasil há vários artigos, livros, pesquisas e leis que são unânimes em afirmar que todos devem ter uma educação tanto qualitativa como quantitativa. Na busca pelo desenvolvimento do Brasil ao elevar sua classificação de subdesenvolvido, por ser um país vasto e repleto de riquezas naturais dentre elas a mais importante a água, mas para isso ocorrer será necessário que seja cumprido o que diz a Constituição Brasileira em relação à educação.

A Constituição em seu artigo 205 preceitua que "A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno conhecimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho". Isto demonstra que não há um limite de idade para ser alfabetizado e dar continuidade aos estudos, por isso além de se oportunizar a educação é necessária que seja de qualidade, pois só assim teremos cidadãos conscientes de seus deveres e direitos. Demo (2005) critica esta situação e centra especialmente seus estudos sobre a questão da mulher, da mulher pobre, que além de carente materialmente, também dentro dessa sociedade dividida e classes, chega até mesmo a perder sua cidadania.

Para Brandão (1985) e Freire (2005) o professor (educador) não só ensina, mas também aprende com o aluno e que o método (Paulo Freire) está voltado para a política de forma que o educando seja consciente e ativo na sociedade. O método possui as palavras geradoras que provem da realidade do aluno onde estuda as famílias e debate sobre o assunto para que reflita, questione e seja consciente de seus direitos e deveres, portanto o método não está pronto e acabado como uma fórmula, servindo, entretanto como base. Uns dos principais focos de Freire são a inclusão e socialização, pois todos podem e devem aprender através de condições favoráveis e o aprendizado é mútuo através das sílabas com comparação e a partir dessas sílabas formam outras palavras, pois o conhecimento é construído pelo aluno e professor. Muitos podem ter a liberdade de ter uma vida melhor e menos segregada, sem tantas limitações, pois foram proporcionadas as oportunidades de mudar sua vida para melhor.

Mortatti (2000), Frade (2003) dizem que apesar das cartilhas terem sido abolidas do ensino, alguns professores ainda utilizam para elaborar seu plano de aula e não existe um único método que serve para todos, mas que sendo o método analítico (processo de palavração e sentenciação - inicia com o complexo e vai para o simples, ou seja, de textos para frases e por fim palavras.) ou sintético (simples para o complexo - elementos menores para as maiores - alfabético, fonético e silábico) é necessário que o ensino tenha sentido para o alfabetizado proporcionando uma aprendizagem de boa qualidade e significativa.

Constatamos então que o método de Paulo Freire era a direção para uma aprendizagem significativa onde o professor e o aluno traz sua bagagem para erigir o conhecimento baseado na sua realidade e experiência de vida.

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Como referenciar: "Anafalbetismo Feminino no Brasil e no DF - Um Estudo Exploratório da Realidade de uma Senhora de 89 Anos" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2025. Consultado em 21/10/2025 às 16:44. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/anafalbetismofeminino/?pagina=2