Anafalbetismo Feminino no Brasil e no DF - Um Estudo Exploratório da Realidade de uma Senhora de 89 Anos (página 4)
O método de Paulo Freire na realidade não é uma fórmula onde é necessário seguir alguns passos para que o alfabetizado venha adquiri o conhecimento, mas que é um método eclético onde se usa o tradicional de forma contextualizada para que haja a construção do conhecimento através da mediação do professor que também ira considerar o conhecimento prévio desses alunos e sua cultura.
Podemos afirmar que não é fácil fazer diferente, já que o método tradicional é bem mais fácil com menos exigência não abrirá a consciência e sim tornará o individuo alienado onde poderá ser manipulado e se tornará sem opinião própria por falta de conhecimento (esclarecimento) da realidade que o cerca.
Atualmente a educação tem sido encarada com descaso isso demonstra que os dias de hoje não estão muito diferentes de antigamente. Então podemos confirmar o que Freire e Shor (1986) falam a respeito do professor em relação a sua profissão já que tem mais pontos negativos do que positivos mesmo da rede pública, porque se o educador não seguir as normas ele corre o risco de perder ou ser remanejado para outro local, ou seja, será punido por não se enquadrar no sistema.
Contudo aprendemos agir de forma mais sútil para não chamar tanto a atenção fazendo um trabalho diferenciado em sala de aula onde possibilitará uma educação de qualidade. Por que se continuarmos considerando os alunos apenas como receptores do conhecimento, a qualidade permanecera em segundo plano, e continuaremos vendo o absurdo de ter alunos do nível superior que não conseguem codificar e decodificar o que estão lendo por causa de sua deficiência durante o processo de alfabetização que foi precário.
O principal objetivo de ter uma educação de qualidade e forma cidadãos conscientes de seus direitos e que possam exercer a cidadania de forma consciente, não votando em políticos por causa de benefícios e sim por querer um Brasil melhor e justo para todos.
Percebemos que para se ter mudança terá que ultrapassar as barreiras que surgem, mas que isso não pode fazer com que nos paralise e através da persistência vamos mudar a história da educação brasileira como Freire que jamais desistiu de mudar a sociedade.
Em Freire (1996) podemos compreender o que realmente tem sido um grande problema em relação ao ensino desqualificado e descontextualizado, já que não existe professor sem aluno e que a prática faz com que as experiências sejam ricas e que se soubermos aproveitar bem isso será algo que verdadeiramente poderá mudar está nação. O professor não será o opressor desse aluno e sim o seu instrutor que mostrar a direção para a liberdade de se questionar o que é transmitido para o aluno fazendo com que ele tenha sua própria opinião e saiba se expressar quando não concorda com algo. Não digo para fazer baderna ou algazarras e sim que seja consciente de como manifestar sua idéia de forma clara e com objetivos bem fundamentados e não apenas por gostar ou não de algo ou alguém.
4 - Uma experiência de vida: alfabetizar e ser alfabetizado
No primeiro dia de aula percebemos que a alfabetizadora estava um pouco insegura, ela passou a conversa sobre o que a senhora sabia ou conhecia do alfabeto. Ao mostrar as letras para a alfabetizada, a professora notou que ela já tinha conhecimento de quatro letras o "M, N, S e Z", mas que também reconhecia a primeira letra do seu nome "A", desde que fosse maiúscula e sabia escrever e ler seu nome, mas na realidade era decorado.
Na aula seguinte a alfabetizadora levou alguns desenhos e pediu que a alfabetizada pintasse, ela começou a pintar e não ficou muito tempo, pois dizia: "Minha filha vamos logo fazer o dever porque isso é perda de tempo". Com o passar do tempo a alfabetizadora passou a ter cuidado ao pronunciar as palavras para que a alfabetizada falasse corretamente.
Durante a aula foi observado que a aluna estaria se desenvolvendo tanto na escrita como na fala, pois já conseguia identificar as letras e quando a alfabetizadora pediu que escrevesse alguma palavra ela sempre estava preocupada quais as letras deveria colocar e se estava correta à escrita. Dizia está certa minha filha.
Mesmo no início das aulas ela reconhecia apenas umas cinco letras, conforme foi tendo aulas em sua própria residência foi conhecendo as outras letras, mas geralmente relatava que não sabia mesmo reconhecendo algumas. Então percebemos que além da leitura e escrita, ela necessitava de motivação continuamente, pois aparentava sentir-se incapaz de aprender algo.
Apesar de ter aulas individuais, seu desenvolvimento foi grande só que ao questiona-lá porque não quis freqüentar as aulas numa escola percebemos que é pelo fato de sua idade estar avançada e o receio dos outros, mesmo sendo adultos zombarem dela.
Após vários encontros detecta-se que o desenvolvimento da alfabetizada estava acontecendo, mas em passos lentos e um dia a senhora relatou que: "Deus já me deu outras oportunidades de aprender. Eu não posso perder essa também". Isso foi interessante, pois para ela era como se essa oportunidade fosse sua última chance de realizar o seu sonho. Verificamos que muitas pessoas têm sonhos que dependem de dinheiro, contudo o sonho dessa senhora era algo que para quem já sabe lê é algo normal e o seu sonho para os outros é algo fácil, entretanto para ela que teve pouco acesso foi o bastante para deixar marcas, que ela levará pelo resto de sua vida.
Nota-se um grande esforço e uma enorme vontade de aprender por parte da alfabetizada. Muitas vezes diziam que seus netos ou filhos prometiam, mas que nunca a ensinaram ao falar parecia decepcionada, porquanto apesar de ter o desejo de aprender, o medo de ser discriminada a impediu de freqüentar uma classe de alfabetização.
A princípio verificamos que o processo de alfabetização parecia estar caminhando bem, só que na realidade a alfabetizadora estava aplicando a teoria que estava vendo na faculdade só que fazia como se fosse uma criança e quando notou que a coordenação motora fina (não estava conseguindo escrever) da senhora não estava bem desenvolvida foi tentar fazê-la desenhar ou pintar, mas a senhora não tinha paciência e achava que aquilo era perda de tempo. Também ela não teve está experiência de desenhar ou freqüentar uma escola para descobrir que não se aprende apenas ler e escrever, mas que desenvolve ao mesmo tempo o cognitivo, psicomotor e afetivo do aluno durante o período em que está na escola. Ela achava que deveria aprender a escrever da mesma forma que os seus netos aprenderam quando eram crianças e freqüentavam o ensino regular, só que os ambientes de aprendizagem eram diferentes.
Entretanto a senhora e alfabetizadora tiveram mais algumas dificuldades, pois muitas vezes a alfabetizadora pela falta de experiência acabava fazendo da forma que foi ensinada, ou seja, o tradicional e como se ela fosse uma criança, a falta de recursos porque a as aulas acontecia no seu quarto ou sala onde não tinha cadeira, mesa e nenhum quadro e ainda a casa estava em reforma, demonstrando assim um local inapropriado. E outra grande barreira foi trabalhar a auto-estima da senhora que relatava não saber nada e a sua visão já estava comprometida.
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