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Análise de 1940 a 1970: Espaços e Desafios das Mulheres Construtoras da Educação no Município de Codó-Ma (página 3)


MULHERES CONSTRUTORAS DA EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO DE CODÓ-MA: A memória viva de nossos professores.

Segundo relata o escritor João Batista Machado em seu livro Codó, histórias do fundo do baú, a primeira escola primária em Codó, ainda no tempo de vila, surgiu em 1852, sob a direção do professor Hermenegildo Estevão Sousa. No entanto, os cargos de direção e magistério foram ao longo do tempo, assumidos essencialmente por mulheres. Estas vinham principalmente do estado do Piauí e da cidade de Caxias- MA, pois, sendo Codó fundado em 16 de Abril de 1896, ainda não possuía nenhum colégio de formação de professores. Esta só surgiria anos mais tarde com a criação do Ginásio Codoense em 1952, sob a responsabilidade da professora Carmem Palácio Lago - sendo então a primeira escola normal de Codó - e do Instituto Magalhães de Almeida. Com o crescimento da cidade e com o objetivo de uma educação melhor para os estudantes codoenses, a professora Filomena Catarina Moreira, a primeira normalista importada para Codó, iniciou a sua brilhante carreira, na qual enfrentou muitos desafios, pois, além de mulher, Filomena Catarina era negra, fato "importuno" num país que há poucos passara pela abolição da escravatura.

Na história da Educação Codoense, ainda constam mais nomes importantes; nomes estes apresentados no livro "Codoenses & Não Codoenses", ainda não publicado, do professor Carlos Gomes da Silva, sendo fruto de cinquenta anos de experiência em diversas atividades profissionais, como, serventuário da justiça, bancário, magistério em escolas públicas e particulares, secretário de educação, dentre outros. São estes nomes, algumas e importantíssimas mulheres de nossa história: Mariquinha Alvim d'Aguiar Silva, Maria José Siqueira, das irmãs Maria Alice Machado e Nair Machado, Maria Elisa Machado Veras, Neyde Magalhães, Afir Lia Ribeiro, Opala Gomes, Cacilda Meneses, Ivete Araújo, Amódoce Ximenes, Carmem Palácio Lago, Clinaura Freitas, Luiza D'lly Alencar de Oliveira, Silene Gomes de Oliveira, Crisantina Monturil Terto, Maria do Socorro Farias, Maria da Luz, Socorro Silva, Ruth Araújo, Eva Gomes, Almerinda Bayma, Maria Evarista de Sousa Barros, Maria de Jesus Silveira Siqueira, Maria Judith Dias Salazar, como destaques na arte de ensinar. Para este momento, elencamos em especial, algumas professoras deste belo grupo para aprofundar nosso conhecimento sobre sua vida magisterial. São elas:

Filomena Catharina Moreira

Filomena Catarina nascida em 25 de Novembro de 1886 (não se tem registros sobre a sua cidade natal), chegou em Codó no dia 18 de Julho de 1908 a convite do Sr. Raimundo Bayma, então responsável pelo desenvolvimento da cidade. Filomena Catharina Moreira foi professora de toda uma geração de codoenses, que a partir de seu curso primário na Escola Mista César Brandão, seguiram carreira sem nunca esquecer de mencionar a origem de seus primeiros passos. Entre eles, podemos citar, o Padre José de Ribamar Carvalho, um dos filhos mais ilustres da cidade, exerceu os cargos públicos de maior notoriedade no Estado, foi secretário de Educação do Estado do Maranhão, Professor e Reitor da Universidade Federal do Maranhão.

A professora Filomena Moreira educou com os princípios de seu tempo, num  processo de formação que visava à consciência da dignidade pessoal, responsabilidade pelas atitudes socialmente assumidas, compromisso com princípios éticos, preocupação com o ser próprio e com o outro.

O currículo adotado por Filomena Moreira abrangia o estudo das disciplinas formais dos conteúdos de português, matemática, geografia, história, prendas femininas, educação física, desenho. Ela dedicava um lugar especial para a música, tocava bandolim, entoava canções da época e dava exemplo de convivência familiar com sua mãe que lhe educara sozinha.

A professora Filomena vivia na própria escola em que acolhia os seus alunos. Era uma casa grande, espaçosa, de compartimentos amplos, além de salas de aula havia salões de convivência, quintal imenso, com árvores frutíferas, algumas criações de animais e cultivos de plantas. Alimentava harmonia no clima adequado para preparar as pessoas para a vida.

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Como referenciar: "Análise de 1940 a 1970: Espaços e Desafios das Mulheres Construtoras da Educação no Município de Codó-Ma" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 02/05/2024 às 09:52. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/analise_1940_1970/index.php?pagina=2