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Inclusão de Pessoas com Deficiência no Ensino Superior: Mudanças e Desafios (página 4)


NÚCLEO DE INCLUSÃO


Em virtude da necessidade de se modelar, a partir, de uma política norteada para Pessoas com Deficiência (PcD), a fim de garantir o acesso e a permanência do mesmo, os Centros Universitários, no domínio de sua base institucional, criam um espaço e/ou "Núcleo de Inclusão", a fim de acolher e adaptar os seus recursos para atender o discente com alguma deficiência no processo de inclusão. E que para além desse atendimento, possa também atender todo corpo discente que possui dificuldade na aprendizagem, visando contribuir para o enfrentamento de dificuldades no contexto universitário e o melhor aproveitamento acadêmico.

A cerca de seu quadro multidisciplinar, este é composto por profissionais em educação inclusiva, muitas das vezes composto por: uma com especialização em Educação Inclusiva e Língua Brasileira de Sinais, a segunda com especialização em psicopedagogia e neuropsicologia, a terceira profissional com formação em pedagogia e com especialização em psicopedagogia e a quarta profissional com linguagens de libras.

A primeira  usa a sua formação como instrumento de comunicação, possibilitando a interação dos surdos com o meio nesse processo de inclusão educacional, para seu acesso e permanência na universidade, contendo em sua formação também o Tadoma "Sistema de comunicação também conhecido como método de vibração, que ocorre mediante a percepção tátil das vibrações produzidas ao falar" (Portal Educação, 2013, s. p), ou seja, a pessoa surda cega coloca sua mão sobre a boca e o pescoço da pessoa sentindo a vibração da voz, entendendo o que a pessoa está dizendo. Além disso, possui o Alfabeto Manual ou Alfabeto datilológico "Sistema também conhecido como alfabeto manual dos surdos que acontece por meio da soletração da palavra na mão do surdo cego" (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013, s. p).

A segunda profissional, acrescenta com sua especialização em psicopedagogia e neuropsicologia, auxiliando com embasamento da psicopedagogia nos processos relacionados ao ensino e aprendizagem, a fim de identificar a partir dos problemas ou até mesmo dificuldades, meios para melhorar à assimilação e compreensão no ensino. E usando sua especialização em neuropsicologia tendo como base a outra, para avaliar as funções cognitivas do indivíduo como: atenção, percepção, memória, raciocino dentre outros, para que se possa através desta avaliação ajudar na área comprometida.

A terceira profissional, integra-se a este grupo com formação em pedagogia e com especialização em psicopedagogia, desempenhando funções também nesse processo inclusivo na esfera educacional, atuando, auxiliando e capacitando no ensinamento das crianças, jovens ou adultos que tem dificuldades em compreender a matéria dos professores.

Por último, mas não mesmo importante, profissional de linguagens de sinais, a qual ajuda nessa interpretação referente a interação do surdo com os alunos, professores entre outros no contexto educacional. A intérprete de libras, possibilita a "a comunicação entre pessoas surdas, pessoas com deficiência auditiva e outras […]." (MAGALHÃES, 2013, p. 76).

O espaço e/ou núcleo de inclusão, tem como desígnio proporcionar o ingresso e a permanência dos discentes com alguma deficiência e saída exitosa para o mundo do trabalho, objetivando o fortalecimento das práticas inclusivas nesse processo da educação no ensino superior.
No que diz respeito aos seus princípios, o núcleo primeiramente se orienta pelo direito de acesso à educação a todos, sendo assegurado pelo art. 205 da Constituição Federal.

 A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Deste preceito, a Constituição Federal acentua-se objetivos gerais de:
•    Pleno desenvolvimento da pessoa;
•    Preparo da pessoa para o exercício da cidadania;
•     Qualificação da pessoa para o trabalho.
Como também objetivos básicos da educação:
•    Direito de todos;
•    Dever do estado e da família.
•    Exercício para cidadania

Tendo como segundo princípio, de que toda pessoa é capaz de aprender, a partir, de sua singularidade, curiosidade e a estimulação em sala de aula tanto em teoria quanto em prática, a fim de aguçar aos discentes um pensamento crítico.
Por último, mas não menos importante, o princípio da igualdade, num contexto de dar a mesma qualidade de ensino, se configurando esta numa produção e num sentindo de equidade, a qual "prima por analisar justa e imparcialmente cada caso, para que não haja desigualdades e injustiças" (DUVIDAS DE PORTUGUÊS, s/d, s, p), a fim de oportunizar as mesmas condições para que não haja desigualdades, mediante suas particularidades. Em outras palavras a equidade "se ajusta ou adapta a uma situação particular e caso específico, tomando em conta para esse caso os conceitos de igualdade e justiça" (EDUCAÇÃO: CONTEÚDO EDUCACIONAIS, s/d, s. p).
No respeitante à equidade, podemos identificar historicamente três fases nas políticas públicas de educação, começando com a igualdade de acesso, ou seja, o direito de todos à frequência da escola independentemente da sua origem, passando depois à igualdade de tratamento (ou de recursos), ou seja, a prestação a todos de igual serviço educativo, e mais recentemente à igualdade de resultados e competências. (DEMEUSE e BAYE, 2008, s. p apud LEMOS, 2013, p. 152).
O corpo institucional dos Centros Universitários, desempenha um trabalho, buscando através de suas composições disciplinares e pesquisas sobre inclusão educacional daqueles ora excluso, romper com as diversidades no contexto educacional, seja numa esfera arquitetônica, pedagógica, política etc.  Para tanto, esta se estrutura de uma política interdisciplinar, que se caracteriza como:
uma recomposição ou como uma reorganização dos âmbitos do saber na perspectiva de impulsionar um ou vários estudos a respeito de um assunto e dele extrair possibilidades de pesquisas para darem origem a novas recomposições e novas reorganizações na construção do conhecimento. (PIAGET,1979, p.166-171 apud MARQUES, 2010, s. p).
Desse modo, os Centros Universitários, se compromete com as políticas de inclusão educacional voltada para o ensino superior, daqueles com alguma deficiência, como também, para com aqueles com altas habilidades, trabalhando para que seu acesso no ensino superior, possa ser confortável para seu estabelecimento e permanência até o fim de sua formação, para o mercado de trabalho, e que através desse trabalho da instituição possa fortalecer e encorajar cada vez mais o acesso daqueles ora excluso, a qual ainda se tem um baixo acesso anual. Ressalte-se que, este baixo acesso se compõe por uma série de questões, desde as dificuldades de caráter arquitetônico, político, logístico e familiar que dificulta o acesso desse sujeito enquanto indivíduo numa esfera institucional de ensino.

Haja visto que, se trata de um trabalho que demanda das instituições como um todo, uma série de mudanças que não se tem a intenção de radicar, ou seja, fixar tal propósito como único e absoluto, mas sim de moldar, de acordo com a necessidade do aluno com alguma dificuldade especifica e/ou daquele com altas habilidades superdotados, encontrando meios que se faça de acordo entre as partes, para que se possa colocar em pauta a mesma qualidade de ensino ofertada para os demais, sejam num contexto teórico ou prático.

O espaço e/ou núcleo de inclusão de um Instituição de Ensino Superior (IES), tem seu trabalho como inacabado e cada vez mais a ser lápidado, num sentindo de se desenvolver a cada dia, a toda demanda que lhes forem imposta, a partir da particularidade do novo aluno da instituição de ensino,  com propósito de potencializar seu trabalho para produzir cada vez mais, melhores resultados no acesso desse aluno e para sua saída exitosa para o mercado de trabalho.
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Como referenciar: "Inclusão de Pessoas com Deficiência no Ensino Superior: Mudanças e Desafios" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 29/04/2024 às 11:53. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/deficiencia_superior/index.php?pagina=3