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A Educação de Jovens e Adultos: Estudo das Motivações Mobilizadoras Determinantes da sua Permanência em Sala de Aula (página 3)



2.1    PROFESSOR DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)

    O professor da EJA necessita ter um perfil adequado, trabalhar com metodologias específicas para adultos. O educador exerce papel fundamental na educação de Jovens e Adultos, dele depende o sucesso e a permanência do aluno em sala de aula. Sendo assim, este educador necessita perceber, o potencial de cada aluno, valorizando o conhecimento previamente adquirido. E muitas vezes, tem no professor o exemplo a ser seguido, é preciso conquistar a confiança, desenvolver um laço afetivo com este educando. Freire (1996, p 47) descreve: "às vezes, mal se imagina o que pode passar a representar na vida de um aluno um simples gesto do professor [...]"
    A confiança de ambas as partes, a aptidão para ensinar e aprender é o que determina o sucesso da alfabetização. Segundo Freire (1979, p 72) "Por isso a alfabetização não pode se fazer de cima para baixo, nem de fora para dentro, como uma doação ou uma exposição mas de dentro para fora pelo próprio analfabeto, somente ajustado pelo educador."
    O adulto não alfabetizado muitas vezes consegue de maneira simples e espontânea transmitir suas idéias e opiniões sem importar-se com a colocação verbal ou com o tempo em que o verbo deveria estar. O que não significa que dentro da sua simplicidade não esteja atento aos assuntos da sociedade. Pode por vezes, sentir-se constrangido em expor suas opiniões, seja por estar em determinado local ou na presença de pessoas cultas. Daí a necessidade de aperfeiçoar-se em seus estudos ou iniciar-se como aluno, para tanto Pinto (1982, p 83) descreve:

O educador tem que considerar o educando como um ser pensante. É um portador de idéias e um produtor de idéias, dotado frequentemente de alta capacidade intelectual, que se revela espontaneamente em sua  conversação, em sua crítica aos fatos, em sua literatura oral. O que ocorre é que em presença do erudito arrogante, "culto" (o "doutor") o analfabeto se sente inferiorizado e seu comportamento se torna retraído.

O aluno da EJA chega a sala de aula munido de conhecimentos, adquiridos em seu meio, em sua casa, com sua família e principalmente em sua profissão ou nos inúmeros trabalhos que desenvolveu. Reconhecer estes conhecimentos e despertar neste aluno o interesse em aperfeiçoá-lo através da alfabetização é dever do professor.
Respeitar o conhecimento empírico deste aluno e partir deste ponto para a descoberta de um mundo letrado é o grande referencial do método Freiriano.

Cada um de nós é um ser no mundo, com o mundo e com os outros. Viver ou encarnar esta constatação evidente, enquanto educador ou educadora significa reconhecer nos outros - não importa se alfabetizados ou participantes de cursos universitários, se alunos de escolas do primeiro grau ou se membros de uma assembléia popular - o direito de dizer à sua palavra.Direito deles de falar a que corresponde o nosso dever de escutá-los. (FREIRE, 1989, p 26)

    É necessário que o professor não se revista de autoridade como forma de repreensão. É preciso saber ouvir, impor idéias e respeitar idéias, na medida certa fazer suas colocações. Só é capaz de impor autoridade, quem conhece a liberdade. Pois ambas estão interligadas.
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Como referenciar: "A Educação de Jovens e Adultos: Estudo das Motivações Mobilizadoras Determinantes da sua Permanência em Sala de Aula" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 27/04/2024 às 20:52. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/ejaestudo/index.php?pagina=2