Processos Interativos na EaD: Mediação Pedagógica Através das TICs (página 6)
Outra forma de interação social nos AVAs ocorre através dos fóruns de discussão, um tipo de comunicação assíncrona, ou seja, que ocorre com os participantes temporalmente separados. Moore e Kearley (2008) propõem a configuração básica desta ferramenta de comunicação dividida em quatro etapas. A primeira corresponde à mensagem inicial, em que o professor-regente virtual propõe uma pergunta a partir da problematização de algum tópico do conteúdo. Em seguida, na segunda etapa, os alunos produzem uma resposta à mensagem a partir das compreensões deles.
A terceira etapa corresponde à mensagem de acompanhamento, em que o professor-regente virtual oferece um feedback às respostas dos discentes, de modo a direcioná-los quanto a possíveis erros de construção de ideias. A quarta etapa, por sua vez, prevê um resumo da atividade pelo professor virtual de modo a destacar os progressos do grupo, bem como sugerir formas de participação mais eficazes por parte dos alunos e os pontos de convergência e divergência entre os participantes da atividade.
É importante considerar, em relação aos fóruns, a possibilidade de comunicação entre os alunos, superando o modelo centralizado na figura do professor-regente virtual. Capelão e Kampff (2007), sobre este aspecto, ressaltam que:
A vantagem dos fóruns é que, por serem assíncronos, não exigem postagens imediatas ? é possível ler, reler, pesquisar e só após contribuir, o que acaba por qualificar as discussões, já que há mais tempo para amadurecer o que se pretende compartilhar com o grupo.
Os materiais didáticos virtuais, disponibilizados geralmente nas Bibliotecas Virtuais dos AVAs, e os físicos, enviados por correio, constituem o principal recurso de interação entre os professores-autores e os alunos. Trata-se de livros e videoaulas, que constituem a forma pela qual os conteúdos são disponibilizados aos alunos em forma de disciplinas divididas em capítulos.
As mídias impressas (livros, apostilas, manuais e outros), bem como suas versões digitais (e-book, por exemplo), permitem o aprofundamento dos conteúdos das videoaulas e favorecem a expansão conceitual dos estudantes. Estes poderão ter a impressão de que o próprio professor se comunica com eles, desde que este utilize uma linguagem científica, clara e dialogada, ou seja, com recursos semelhantes a uma carta. Um deles é o vocativo, exemplificado no fragmento a seguir, extraído de um livro do curso de Supervisão, Orientação e Inspeção Escolar de uma instituição da região Sul do Brasil: "Cara(o) Acadêmica(o), o campo da administração e gestão da educação foi agraciado com a avaliação crítica das teorias e das práticas de organização e administração adotadas na educação [...]" (BATISTA, 2010, p. 7).
Segundo Moore e Kearsley (2008), as mídias impressas possuem como vantagens a portabilidade, a adequação a um público ainda não adaptado à leitura eletrônica no autoestudo e a durabilidade. Neto (2008) acrescenta a diversidade (possibilidade de adotar diferentes formatos e linguagens), variedade (estímulos textual e visual), re-usabilidade (podem ser reutilizados, desde que não estejam desatualizados) e o estímulo à leitura.
As limitações, segundo Moore e Kearsley (2008), correspondem, principalmente, à necessidade de automotivação do leitor para que haja o aproveitamento da leitura. Para Neto (2008), acrescentam-se a difícil atualização, altos custos de reprodução e distribuição, a pouca dinamicidade do texto escrito (ausência de imagens em movimento), a linearidade (a leitura deve respeitar a sequência dos conteúdos, com reduzida possibilidade de alterar a ordem deles sem comprometer a compreensão do assunto) e a pouca interatividade (apenas o autor consegue explicitar seus pensamentos, reduzindo o processo comunicativo ao nível da interpretação).
A mídia audiovisual (videoaula) corresponde à gravação de uma aula elaborada, geralmente, pelo professor-autor dos materiais didáticos. Neste aspecto, é possível introduzir o conteúdo a ser estudado de forma autônoma pelo aluno, que deverá complementar a videoaula com a leitura da mídia impressa. Outra possibilidade é permitir aos discentes a observação de como se realiza determinado procedimento.
Neto (2008) destaca alguns pontos positivos da mídia audiovisual, tais como a riqueza de estímulos (textual, visual e sonoro), dinamicidade, familiaridade do público com este tipo de recurso, facilidade de manuseio e grande potencial comunicativo, dentre outros. Como limitações, o referido autor aponta a tendência à passividade (a televisão, geralmente, produz a atitude de espectador, sem despertar a participação nos indivíduos), reduzida portabilidade (a maioria dos aparelhos possuem dimensões que os impedem de serem facilmente transportados), difícil atualização, linearidade, pouca interatividade e adoção de pedagogias tradicionais (transmissão do saber).
Com o desenvolvimento das TICs e o surgimento da digitalização, tornou-se possível transmitir áudio e vídeo em tempo real. Trata-se da tele e videoconferência, que se caracterizam pela transmissão e recepção do sinal audiovisual através de equipamentos como antenas e decodificadores. A principal diferença entre esses dois tipos de tecnologia reside no fato de que a segunda permite uma comunicação por via de mão dupla, ou seja, o professor dialoga com os alunos e estes também conseguem interagir com o docente ao vivo. Na teleconferência, apenas o professor expressa seus pensamentos, sendo que os alunos não podem retornar com suas compreensões e, neste aspecto, o processo se torna semelhante à expectação televisiva. (NETO, 2008).
Outras formas de interação a distância são proporcionadas pelo e-mail, telefone, fax e correspondência, que devem ser utilizados como recursos complementares às tecnologias abordadas neste estudo. Um modelo eficiente de EaD, portanto, utiliza diferentes recursos a fim de proporcionar a interatividade necessária à construção do saber, conforme as proposições de Vygotsky (2000).
A interação presencial também pode ser adotada pelas instituições que oferecem cursos a distância. Neste caso, a figura do professor-tutor presencial merece destaque, visto que ele é o responsável por conduzir os momentos presenciais para estudo, debate, estágio (quando necessário) e avaliação. Durante estas atividades, o aluno sente a instituição próxima dele, sendo o professor-tutor presencial o agente principal desta aproximação.
Neste aspecto, os Referenciais de Qualidade para a Educação Superior a Distância (BRASIL, 2007, p. 21-2) afirmam que:
A tutoria presencial atende os estudantes nos pólos, em horários pré-estabelecidos. Este profissional deve conhecer o projeto pedagógico do curso, o material didático e o conteúdo específico dos conteúdos sob sua responsabilidade, a fim de auxiliar os estudantes no desenvolvimento de suas atividades individuais e em grupo, fomentando o hábito da pesquisa, esclarecendo dúvidas em relação a conteúdos específicos, bem como ao uso das tecnologias disponíveis. Participa de momentos presenciais obrigatórios, tais como avaliações, aulas práticas em laboratórios e estágios supervisionados, quando se aplicam. [...]
Através da interação social a distância ou presencial, é possível a construção do conhecimento pelos alunos, pois, segundo Vygotsky (2000), a mediação pedagógica ocorre através das relações entre professor e alunos e, por extensão, entre os próprios alunos. Não é possível transferir saberes da mente do professor à dos estudantes, pois a internalização depende de uma postura ativa do sujeito. É necessário, assim, haver algum tipo de mediação que facilite a relação do educando com o objeto de conhecimento.
5. Metodologia
A atividade de pesquisa é responsável pela produção de conhecimentos atualizados, pois as teorias já existentes são ressignificadas a partir de contextos de investigação do tempo presente. Dessa forma, todas as áreas do conhecimento necessitam do trabalho de investigação científica para sobreviver e acompanhar as mudanças físicas, sociais e econômicas por que passam todos os ambientes.
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