Reflexões sobre a Utilização dos Jogos no Ensino da Matemática (página 3)

As atividades práticas desenvolvidas através do lúdico, utilizando o concreto podem entusiasmar  muito mais que as   atividades em cadernos, nunca desprezando-os,  mesmo  porque devem caminhar juntos,  teoria e prática.  Para  trabalhar com o lúdico o educador deverá ficar atento à relação e a conduta do aluno,  deverá intervir o mínimo possível fazendo perguntas e avaliando o interesse despertado e, se estão mentalmente ativos durante a atividade.

A lógica das crianças não poderá se desenvolver sem a interação porque é nas situações interpessoais que as crianças se sentem obrigadas a serem coerentes (Kamii,1991, p.25).

Em outro artigo publicado na mesma revista Escola, Maria José de Castro Silva, professora de Matemática da 5a série do Colégio Visconde de Porto Seguro II, em Valinhos, Estado de São Paulo,  relatou  uma adaptação criativa e eficaz do jogo pega-varetas, visando a vantagem do material  ser utilizado em equipe. "Quando jogam em grupo, os alunos debatem e, do confronto de idéias, surgem diferentes respostas para um problema matemático".  Ao fim de uma semana de muitos lances e descobertas, o bom aproveitamento da classe ficou evidente. Quando ela retomou o tema da divisibilidade, três meses depois, percebeu que os alunos entendiam com mais facilidade os conceitos matemáticos do que os do ano anterior, quando havia seguido o método tradicional. "É melhor trocar varetas do que fazer contas no papel", concorda Hélio Pazinetto, de 11 anos, confirmando que aprender brincando é mais divertido.

O jogos devem ser utilizados com o intuito de desenvolver as habilidades e estimular o raciocínio lógico da criança, motivando-a  a entender melhor a disciplina.

O trabalho com jogos matemáticos em sala de aula pode nos trazer diversos benefícios, detectar alunos com dificuldades no aprendizado, verificar se o assunto foi realmente absorvido pelo aluno, gerar desafios entre os alunos, excluir o receio de errarem em sala e ainda apontar se houve ou não empolgação com atividades diferentes durante o processo de aprendizagem através do lúdico. Faz-se necessário observar alguns  cuidados,   não tornando-o obrigatório, escolher os jogos de forma que sejam específicos e que resultem  o conhecimento, e por fim,  não frustrar as crianças em caso de derrota.

A prática em sala de aula se torna fundamental, esclarece e não impõe limites à criatividade.

DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ALCANÇADOS

 A seguir buscarei analisar os resultados obtidos pelos professores entrevistados que utilizaram os jogos sugeridos em sala de aula e as implicações dessa inclusão  na prática docente e no processo de desenvolvimento do aluno, com intuito de responder às questões sobre  as possibilidades ou mesmo as potencialidades do uso de jogos numa 8º Série do Ensino Fundamental e como vêem esta prática e que vantagens ou dificuldades apontam. Todos os nomes utilizados são fictícios para preservar a identidade do professor. Foi utilizada a entrevista para a realização deste trabalho, pois ela nos traz dados concretos, a partir da prática de outros professores.

A modalidade de pesquisa de campo ou natural acontece quando os dados do estudo são coletados diretamente no campo, em contraste com a aqueles realizados em laboratórios ou controlados pelos investigadores (BOGDAN,BIKLEN,1994 apud Fiorentini e Lorenzato,2006, p. 71).

Fiorentini e Lorenzato (2006) descrevem ainda que [...] são as informações que nos levam a criar e desenvolver conhecimentos a partir da prática e nos impedem que inventemos explicações ou suposições irreais ou imaginárias... (2006, p.101)

Foram quatro os professores convidados a responder ao questionário, dentre eles, a professora Dirce, licenciada em Matemática, que leciona há 20 anos, mas se recusou a responder. Exatamente com estas palavras a professora disse: [...] eu detesto escrever, (Dirce). Sua atitude me deixou insatisfeito. Embora seja um direito do convidado  negar -se a responder, em se tratando de um assunto da própria disciplina, me causou constrangimento diante de outros professores da mesma escola. Entretanto o  questionário foi muito bem recebido pelos meus outros colegas de trabalho, que prontamente se propuseram a responde-lo.

Responderam ao questionário a professora Tereza, que é licenciada em Língua Portuguesa e leciona à 18 anos na rede Estadual, a professora Juventina, licenciada em Educação Física, lecionando há 17 anos na rede e a professora Dora, licenciada em Química, mas que leciona matemática e  ciências há 11 anos. Todas as professoras lecionam no Ensino Fundamental e Médio. Com exceção da professora Tereza, as demais, durante o aprendizado e formação no ensino superior de suas respectivas licenciaturas, discutiram na graduação a importância da utilização do lúdico em sala de aula. Tereza, através de cursos de formação continuada, pode conhecer esta metodologia, e conclui em sua resposta que, [...] a utilização do lúdico, contribui em seu dia  a  dia (Tereza) A professora Juventina  complementou ainda , [...] como uma estratégia de aula, pode colaborar na compreensão do conteúdo proposto (Juventina). 

Dora, a professora de Ciências e Matemática, respondeu que, [...] a aplicação de jogos, a utilização do lúdico em sala de aula, estimula o desenvolvimento cognitivo do aluno (Dora).

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