A Construção de um Paradigma Pedagógico na Prevenção da Corrupção a partir da Análise Simbólica desse Fenômeno na Recente Produção Cultural para o Público Infantil (página 4)
4.2 - Um herói anti-corrupção?
Quando pensamos em heróis, lembramos de seres inatacáveis em seus uniformes, como figuras das épicas passagens gregas, a vencer missões de dificuldade sobre-humana. Esse herói não encontra espaço no mundo plural, onde todos são dignos de nossa desconfiança, inclusive os heróis. "The dream is over !" Esse mundo corrupto e repleto de jogos de interesses, que relativiza o certo e o errado, o bom e o mal, relega aos heróis um espaço transitório, para serem desmascarados logo a frente com suas mazelas. O herói mostrou que ele é humano e pertence a todo esse mundo que ele busca combater e que o vilão nem sempre é tão mau assim e que ele pode, no futuro, se converter em um grande aliado. Afinal, ele só tem interesses. Essa instabilidade pós-moderna também afeta a imagem do Estado e de seus agentes, antes heróis-policiais, heróis-xerifes e heróis-prefeitos. Agora eles são aqueles que usam do poder e da opressão sobre os administrados em conspirações megalomaníacas. Temos vítimas, mas não temos heróis.
Essa visão precisa encontrar uma solução coletiva, um objetivo social que conduza ao progresso das relações sociais em busca do bem comum. Faz-se necessário a superação do niilismo estampado nessa instabilidade para uma crença social que conduza as comunidades a uma vida melhor. Mas não adianta ressucitar o "santo de pés de barro", pois este já nos decepcionou. É preciso não de um herói e sim de heroísmo das pessoas. A produção cultural precisa mostrar para esse público infantil o heroísmo da participação, a força do grupo na busca de uma vida melhor para todos, como valor de uma comunidade. O momento atual , onde a democracia assume papel de destaque no mundo, condenando a estranheza e ao ostracismo as formas autoritárias, o suspeito "Salvador da pátria" e o apregoado "caos generalizado" devem dar lugar a um paradigma do herói dentro de cada um, que deve contribuir com seu quinhão para a comunidade, incluindo-se aí a labuta do combate a corrupção. Caídos os véus, em uma época de realidade descarnada, pelo bem da sociedade e pela sua própria sobrevivência, deve emergir o herói dentro de cada indivíduo.
5 - Cada um como arquiteto do destino de todos
5.1 - O desafio da participação
Na década de 70 a ecologia era um valor oculto, refletindo a sua ausência na produção cultural para o público infantil. Alguém conhece algum conto de fadas ecológico? (Tinha até lenhador...) Hoje, a ecologia é o tema da moda e várias peças para esse mesmo público valorizam essa temática, mostrando uma geração que não tolera agressões a natureza e pássaros em gaiola, como era hábito anteriormente. Da mesma forma, a participação social no combate a corrupção terá um dia o seu lugar ao sol, onde espera-se que não precise de um "aquecimento global" para despertar as pessoas.
A participação na vida social é um processo, na qual o homem se descobre enquanto sujeito político, capaz de estabelecer uma relação direta com os desafios sociais (SOUZA, p. 170) . É um requisito de realização do próprio ser humano. O nosso histórico de controle social vem de cidadãos decepcionados com o Estado após 1968, representando o combate ao Estado pela sociedade Após o período ditatorial no Brasil, com a democratização do país, seguiu-se para um modelo de controle do estado, de fiscalização, fruto da crescente descentralização das políticas públicas, constituindo esse controle garantia mínima de eficiência estatal.
O controle social e seus heróis anônimos são um elemento relativamente novo no país, cheios de idas e vindas de autoritarismo e populismos. Esse controle social traz o desafio de estimular a participação da população, de despertar o interesse do cidadão pelas coisas públicas. Observar não é agir, se não não haveria diferença entre jornalistas e homens políticos (WOLTON, p.78). É preciso indicar os caminhos da participação, fornecer paradigmas, espelhos...
O cidadão sempre viveu no cotidiano os prejuízos advindos da corrupção. Ele sabe da doença e de suas causas, mas sabe pouco dos remédios. Na ferida viva do seu coração ele sabe que a falta de serviços básicos tem como uma de suas causas a gestão corrupta, mas para manter o mínimo, alguns ainda pendem para apoiar o padrão "rouba mas faz", face ao descrédito da estrutura estatal. Paradoxalmente, é preciso fortalecer, por elementos inspiradores , mas críticos, a participação. É o desafio dialético de fornecer modelos sem alienar. Mais uma profissão impossível de Freud.
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