Você está em Artigos

O Pedagogo em Ação: Desenvolvendo Seu Trabalho em Programas Sociais (página 3)

Procuramos investigar a função de cada um dentro do programa.  H.S. L(32), casado, Católico, residente na Ceilândia, professor de Educação Física com 12 anos de experiência profissional, atua como coordenador técnico do programa e exerce a função de planejar e executar ações administrativas, relatórios e interfaces entre as áreas de educação, saúde, nutrição e lazer. T.S.R (21), solteira, estudante de Educação Física, católica residente no Guará, atua como professora desta disciplina, "ensinando o respeito entre todos e habilidades motoras". A.R.P (27), solteiro, evangélico, residente no Guará, exerce a função de apoio e auxiliar administrativo da instituição. T.R.M (23), solteira, católica, residente no Lúcio Costa, estudante de educação física, atua como professora de educação física e exerce a função de preparar atividades físicas que desenvolva a motricidade e habilidades motoras das crianças.

Perguntamos se para eles existia interdisciplinaridade entre a equipe. A resposta foi unânime que existia a interdisciplinaridade e as justificativas foram: para H.S.L (32), "existe pois depois de seu ingresso no projeto a equipe passou a se organizar e planejar atividades em conjunto". A.R.P (27) acredita que exista mas não justificou. Para T.S.R (21) e T.R.M (23) ela existe pelo fato, de educação física e pedagogia trabalharem em conjunto os mesmos temas nas aulas aplicadas. Percebemos que os profissionais que estão a frente do trabalho e exercem um papel específico dentro do programa, sentem a existência da interdisciplinaridade, porém, o profissional que lida com o apoio ao programa não justificou a resposta, o que indica o desconhecimento em relação à ministração das disciplinas.

Outra questão abordada no questionário da equipe foi com relação às limitações do programa com relação ao pessoal, material e apoio. H.S.L (32) acredita que falta acompanhamento dos resultados que se perderam ao longo do programa, já o material possui orçamento e o apoio da unidade poderia ser melhor. Para A.R.P (27) o apoio é bom e alcança as pessoas. Segundo T.S.R (21) há limitações em relação ao material, pois há uma demora para o recebimento das verbas. Já para T.R.M (23) a limitação do programa está na questão de faltar uma quadra poliesportiva para a execução de atividades com as crianças uma vez que fica limitada a execução das aulas apenas nas quadras de areia. Para a equipe o programa ainda está em processo e isso mostra que ainda existem limitações a ser superadas. Para ela o apoio pode ser revisto e ampliado e a liberação do material deve ser feita com maior agilidade, o que facilitará e contribuirá para bom andamento do programa.

Para responder sobre a limitação da própria equipe do programa, H.S.L (32) diz que no último mês a maior dificuldade era reunir a equipe o que inviabilizava algumas informações, mas salienta que a equipe é bem unida. A.R.P (27) não respondeu essa pergunta. Para T.S.R (21) a maior limitação parte do cargo superior no que tange a burocracia interna para a resolução dos problemas, que acabam sendo resolvidos pela própria equipe. Já T.R.M (23) acredita que a falta de recurso para se desenvolver mais atividades com as crianças acaba limitando a equipe. Essa pergunta obteve diversas respostas por se tratar da visão que cada um tem sobre suas limitações e sobre as limitações da equipe em geral. As limitações vão desde a dificuldade de reunir a equipe, burocracia para a resolução dos problemas e limitações geradas por alguns recursos que a profissional julgou sentir falta.

Concluindo o questionário com a equipe, procuramos saber deles qual a importância do pedagogo em programa social. Todos acreditam ser importantíssima a presença de um pedagogo dentro desse espaço. A seguir temos a justificativa dessa opinião. H.S.L (32) acredita ser assim pelo fato de que para conduzir qualquer programa o indivíduo tem que ser considerado na sua totalidade: educação (onde precisa do pedagogo e todo seu conhecimento), físico e saúde. Para A.R.P (27) além de ensinar, os pedagogos aprendem com a vida de cada criança. T.R.M (23) diz acreditar nessa importância pela capacidade que o pedagogo tem de ensinar da melhor forma aos alunos. Por fim, segundo T.S.R (21) é importante pois o pedagogo dá base para a estrutura de uma criança. Diz ainda que nesse programa, os temas transversais discutidos entre professores e alunos tornam-se essenciais na vida deles.

Através das respostas da equipe podemos perceber que os profissionais estão ainda despreparados para falar sobre a atuação do pedagogo nesse espaço. Dá-se ao fato, de ser ainda a saída do pedagogo da área escolar, um processo embrionário. Não é preciso ir muito longe para se deparar com perguntas como: qual sua função como pedagogo dentro desta instituição, o que é pedagogia e qual é o trabalho exercido pelo pedagogo? Essas dúvidas permeiam espaço não escolar e abrem as portas para esta pesquisa.

Uma vez que o nosso foco é analisar o papel do pedagogo em programa social vamos enfatizar as respostas dos pedagogos, que a seguir responderão nosso questionário específico para conhecermos como eles desenvolvem o trabalho nesse programa social.

O questionário aplicado aos pedagogos do programa se difere do questionário aplicado à equipe, por julgarmos que as informações a serem analisadas seguiam outras vertentes. O questionário foi respondido por duas estudantes de pedagogia que atuam como professoras no programa e a coordenadora pedagógica que acompanha o trabalho realizado por elas.

Assim temos, R.F.F.A (28), casada, católica, residente no Guará, estudante de pedagogia com 3 anos de experiência em educação infantil e atua como professora no período matutino desse programa. A.J.M (25), solteira, cristã evangélica, residente no Guará, estudante de pedagogia, e que atua como professora do período vespertino. M.B.D.S (41) Casada,mãe de dois filhos, Cristã, Coordenadora pedagógica com sete anos de experiência, residente na Asa Norte.

Procuramos investigar qual a preparação para exercer o papel de pedagogo dentro desse programa social. Segundo R.F.F.A (28) ela teve um pouco de dificuldade em trabalhar no programa por falta de um coordenador pedagógico dentro da unidade,  desde o início, tendo em vista que essa era a sua primeira experiência em programa social, mas com o passar do tempo ela conseguiu se adaptar e perceber as necessidades das crianças e assim foi desenvolvendo o trabalho. Para A.J.M (25) a preparação para exercer esse trabalho seguia duas vertentes a primeira foi uma disciplina que cursou em sua graduação que superficialmente estudou a atuação do pedagogo em espaços não escolares. E a segunda a sua experiência em trabalhos voluntários realizados junto ás Igrejas, onde trabalhava aspectos formativos com as crianças. M.B.D.S (41) diz que sua preparação são os cursos pedagógicos e as próprias disciplinas que cursou na graduação, pós-graduação  e mestrado.

A segunda pergunta que fizemos foi se na faculdade foi cursado alguma disciplina ou estágio que desse base para esse trabalho. Para R.F.F.A (28) nesse semestre ela está cursando uma disciplina "Educação em espaços não escolares", mas outras disciplinas como literatura, didática, dentre outras trazem um pouco de contribuição apesar de ser na prática que adquirimos e ampliamos conhecimentos. Segundo A.J.M (25) não cursou uma disciplina e nem um estágio específico, somente uma aula teórica sobre a pedagogia social. M.B.D.S (41)  diz ter cursado mas não justificou a resposta.

A terceira pergunta foi qual a metodologia, conteúdo e avaliação realizada no programa. R.F.F.A (28) e A.J.M (25) trabalham os temas transversais dos PCNs do MEC, por meio de debates, gincanas, paródias, histórias, músicas, poemas, dentre outros. Em relação à avaliação ela acontece durante todo o processo por meio da participação e interesse dos alunos. Para M.B.D.S (41)  os conteúdos são articulados a temas transversais. A avaliação é a diagnóstica que visa à construção do conhecimento do educando.

A quarta pergunta era quem estabelecia o conteúdo a ser trabalhado durante o programa. R.F.F.A (28) e A.J.M (25) dizem que o conteúdo foi estabelecido pelas próprias estagiárias, pois no início do programa na unidade onde trabalhavam não tinha um coordenador pedagógico, hoje porém acontece mensalmente um encontro com a coordenadora pedagógica em outra unidade. M.B.D.S (41)  diz serem as estagiárias, com a sua cooperação.

Anterior   Próxima

Voltar para a primeira página deste artigo

Como referenciar: "O Pedagogo em Ação: Desenvolvendo Seu Trabalho em Programas Sociais" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 25/04/2024 às 07:49. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/pedagogoemacao/index.php?pagina=2