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O Pedagogo em Ação: Desenvolvendo Seu Trabalho em Programas Sociais (página 4)

A quinta pergunta abordou qual o papel do pedagogo nesse programa. R.F.F.A (28) acredita que além de ser mediador, facilitador de novos conhecimentos, o pedagogo deve também ter o compromisso de resgatar socialmente as crianças e adolescentes por meio de um processo educativo. Segundo A.J.M (25) o papel do pedagogo nesse programa vai além da transmissão de conhecimentos, ele exerce papel de pai e mãe sem ser, faz-se psicólogo ou busca ajuda de um, intervêm como um assistente social e busca sempre transmitir os conteúdos de forma dinâmica por meio de aulas diferenciadas que estimulem as crianças a serem cidadãos de bem e a exercerem um importante papel de agentes transformadores da sociedade em que vivem. Para M.B.D.S (41)  o papel do pedagogo é o de letramento do educando.

A sexta pergunta foi sobre as principais limitações do pedagogo no contexto desse programa. R.F.F.A (28) acredita que precisa de uma maior integração entre a família das crianças com a escola. Uma limitação citada foi o fato de a escola não fornecer o conteúdo que os alunos estavam vendo. Já A.J.M (25) acredita que o fato de a escola não fornecer o conteúdo, abriu brechas para que as estagiárias desenvolvessem certa autonomia dentro do programa. As limitações citadas por ela eram a de depender da equipe para realização de algumas atividades, como por exemplo, a compra de materiais para a execução de oficinas.  M.B.D.S (41) Acredita que depende muito da criatividade e comprometimento do pedagogo com o programa, sendo que o mais importante é o desafio.

A sétima pergunta foi se elas acreditavam que o trabalho exercido por elas contribui para que as crianças atendidas tenham uma nova perspectiva de vida. E como? R.F.F.A (28) acredita que despertando a consciência crítica, participativa na vida dos alunos, elevando a auto-estima, o interesse, trabalhando valores, boas atitudes, bom comportamento, respeito, dentre outros. Segundo A.J.M (25) as crianças podem ter uma nova perspectiva de vida à medida que uma visão diferente da vida lhes for apresentada, a partir do momento que elas  fossem vistas com seus próprios olhos e respeitadas individualmente como ser único e dotado de características peculiares, tendo cada uma seu tempo, sua forma de pensar, de agir, de aprender, de construir, de se comunicar e de ser, terão a possibilidade de se conhecer melhor e de se relacionar com o mundo. Para ela, a base desse trabalho deve ser o amor, pois se as crianças forem amadas serão emocionalmente fortes para superar as adversidades da vida, e transformá-las em situações favoráveis e de crescimento, pois o amor é capaz de transformar tanto as pessoas com as situações. M.B.D.S (41) acredita que a partir da informação, conscientização e mudanças de atitudes e comportamentos, podem provocar/possibilitar mudanças que contribuam para uma perspectiva mais positiva na vida das crianças.

A oitava pergunta foi qual o preparo que o profissional gostaria de ter tido em termos acadêmicos para lidar com as situações enfrentadas. R.F.F.A (28) diz que deveria ser oferecido no inicio dos cursos de graduação a disciplina de educação em espaços não escolares, bem como promover além do conhecimento teórico algo prático aos alunos. Para A.J.M (25) as instituições de ensino superior deveriam propor aos alunos uma disciplina específica e um estágio supervisionado nesses espaços, como acontece com a Pedagogia dentro do espaço escolar. M.B.D.S (41) acredita que teve, pois a faculdade nunca vai oferecer todo o conhecimento, porém, vai depender muito mais do buscar do pedagogo.

Concluindo o questionário destinado aos pedagogos que atuam nesse programa social, perguntamos qual o resultado se espera alcançar com o trabalho desenvolvido.  R.F.F.A (28) espera que os alunos com os quais trabalhou,  possam sair melhores que entraram no programa. Espera ter conseguido despertar, senão em todos, na grande maioria sentimentos positivos, atitudes de respeito, cidadania, de confiança na capacidade deles próprios, etc. A.J.M (25) espera ter permitido que os alunos fossem eles mesmos, porém, conduzidos ao acerto por uma regra de afetividade que os farão sempre optar por uma vida digna, cheia de valores morais, ética, respeitando às diferenças, preservando o ambiente,  conscientes  de seus direitos bem como seus deveres, sabendo que são dotados de  inteligências e capacidade de irem além do que acreditam que possam ir. E espera ainda ter contribuído para que esses cidadãos sejam o orgulho e bem maior que o Brasil possui. M.B.D.S (41) espera poder contribuir com a formação crítica, consciente dessas crianças.

Análise dos dados respostas dos pedagogos

Na questão de número um, percebemos que a preparação das entrevistadas  divergiu sendo que uma teve preparo na formação, outra por experiências vivenciadas, enquanto que a outra relatou dificuldades por ser uma experiência nova na sua profissão.

Na questão número dois, as respostas foram unânimes no que diz respeito à superficialidade com que foram preparadas para exercerem o papel dentro desse programa.

Na questão número três e número quatro, que tratam a respeito do funcionamento educacional (conteúdo, metodologia e avaliação) dentro do programa, houve semelhança nas respostas uma vez que trabalham e elaboram juntas as aulas e as atividades pedagógicas tendo o aval da coordenadora pedagógica para a execução. 

Na resposta de número cinco, sobre o papel do pedagogo nesse programa social, embora utilizassem diferentes formas de expressar sua opinião as três respostas se assemelham entre si e dizem da responsabilidade de trazer um resgate social sobre esses alunos, bem como se comprometer em que eles tenham condições de compreender o mundo que os cercam.

Na resposta de número seis, houve concordância entre as respostas no que diz respeito à participação conjunta da escola e a família no programa. Porém, enquanto uma acredita ter sido uma limitação o fato da escola não passar o conteúdo que as crianças estavam vendo para que se baseassem e a partir daí montassem seus conteúdos, a outra acredita ter sido uma abertura favorável para se desenvolver a autonomia. Ainda, uma das entrevistadas acredita que o desafio do programa está no comprometimento e criatividade do pedagogo.

Na resposta de número sete, todas acreditam que podem dar uma nova perspectiva de vida aos alunos atendidos pelo programa, quer despertando a consciência crítica, elevando a auto-estima, formando-os para vida na sociedade ou utilizando o caminho da afetividade.

Na resposta de número oito, das três entrevistadas duas acreditam que deve ser inseridos nos cursos de graduação disciplinas não só teóricas, mas também práticas e específicas para preparar melhor o pedagogo do espaço social, enquanto a terceira acredita que cabe ao pedagogo buscar o conhecimento que a formação não o proporcionará.

Por fim, na resposta de número nove, o resultado esperado de seu trabalho nesse programa, foi unânime, o desejo de contribuir para que essas crianças tenham um futuro de sucesso por meio da educação, conscientização, valorização pessoal e socialização igualitária.

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Como referenciar: "O Pedagogo em Ação: Desenvolvendo Seu Trabalho em Programas Sociais" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 04/05/2024 às 20:53. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/artigos/pedagogoemacao/index.php?pagina=3