Piaget e o desenvolvimento cognitivo da criança: primeiras aproximações (página 11)

A relação do processo de leitura e escrita está interligada aos processos da teoria piagetiana, pois os estágios de desenvolvimento cognitivo, e os esquemas para a internalização dos conceitos de leitura e escrita, são considerados próximos, e os correspondem. Compreende-se que para estabelecer a atividade de escrita e leitura, o indivíduo deve ter contato com a atividade cognitiva, e seus estágios.

Neste processo de estruturação da aprendizagem os erros, são considerados construtivos, contribuindo para a sua internalização, que após a atividade equilibrada, passa para o outro estágio, atividade esta intitulada de processo de aprendizagem ou inteligência.

Sobre esta questão, ressaltamos as palavras de Ferreiro e Teberosky (1999) que ao ser criticada por fundamentar-se em seus estudos sobre a psicogênese da língua escrita com base na teoria Piagetiana, esclarece que:

Várias vezes temos escutado a seguinte objeção: como pode falar de "teoria piagetiana" da lectoescrita, quando o próprio Piaget nada escreveu sobre este tema? Efetivamente, Piaget não realizou nem investigações nem uma reflexão sistemática sobre o tema, e apenas pode-se encontrar, em diversos textos, referências tangenciais a respeito desses problemas. Porém, o que aqui está em jogo é a concepção que se tem sobre a teoria de Piaget: ou se a concebe como uma teoria limitada aos processos de aquisição dos conhecimentos lógico-matemáticos e físicos, ou como uma teoria limitada aos processos de aquisição do conhecimento. Esta ultima é, por certo, nossa interpretação: a teoria de Piaget não é uma teoria particular sobre um domínio particular, mas sim um marco teórico de referência, muito mais vasto, que nos permite compreender de uma maneira nova qualquer processo de aquisição de conhecimento. (Da mesma maneira que a teoria de Freud não pode ser considerada como uma teoria particular da neurose, ou dos processos inconscientes, mais sim como uma teoria geral sobre o funcionamento afetivo) (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p. 31).

Diante deste esclarecimento e reflexões de Piaget na educação, constatamos que a institucionalização do Construtivismo é prova real da permanente, presença das ideias de Piaget no processo educativo escolar.

Cagliari (2002), em meados do século XX no Brasil, quando está em discussão o fracasso escolar, o governo tenta encontrar saídas de superação, acabam por decidir em incluir o chamado período preparatório, do qual caberia preparar a criança para entrar nas series iniciais, porem com maior possibilidade de sucesso no processo de aquisição de leitura e escrita.

Este período preparatório se caracterizou essencialmente, por desenvolver com a idade, exercícios de psicomotricidade e jogos visando o desenvolvimento a partir dos estímulos correto. Substitui-se o uso de cartilhas, passou-se a priorizar o aluno, e suas funções psicológicas, atribuindo o valor psicológico, principal para o desenvolvimento, desde projeto, Este planejamento educacional fundamentada nos ideias de Piaget.

Segundo o Currículo Básico da Educação, enfatiza:

Portanto, cabe ao/à professor/a, que atua nas etapas e modalidades da Educação Básica, o cuidado com seus/suas estudantes. Isso significa propor um ambiente que estimule a criatividade, a investigação, a construção e reconstrução dos conhecimentos, envolvendo o ser humano em todos os seus aspectos e respeitando a identidade cultural e a pluralidade de significados que cada um tem da trajetória histórica de sua própria vida (PARANÁ, 1998, p. 13).

Pensar neste planejamento significa refletir sobra as estratégias adequadas às situações de ensino e aprendizagem, as quais requerem metodologias e recursos, também adequados.