Piaget e o desenvolvimento cognitivo da criança: primeiras aproximações (página 10)

Piaget foi inserido no contexto educacional por sua teoria da aquisição do conhecimento principalmente em crianças, ressaltemos que essa participação dele, se deu de forma involuntária, pois não havia a intenção de se determinar uma teoria que se abrange as investigações educacionais. Em sua teoria Piaget, constata que o conhecimento da criança, se difere do conhecimento do adulto.

Dentre as investigações Piaget, analisa que o processo de conhecimento é uma atividade limitada, pois segundo ele a criança, não conseguira internalizar um Objeto (conhecimento), sem antes absorvê-lo, e para que a criança o absorva. O conteúdo, necessita-se que a mesma, busque motivação para compreendê-lo, neste aspecto a práticas metodológicas do educador, serão analisadas.

Sobre a transmissão educacional, no contexto histórico podemos destacar que:

[...] além de fatores de maturação e de experiência, a aquisição dos conhecimentos depende naturalmente das transmissões educativas e sociais (linguística etc.) e apenas sobre o processo é que durante muito tempo se baseou a escola tradicional (PIAGET, 1980, p. 15).

Suas descobertas influenciaram as práticas pedagógicas, e passou a ser inserida no currículo escolar. A grade curricular do ensino fundamental, está organizada a partir do conhecimento que vai do mais simples à partes mais complexa. Esta organização pressupõe estruturas de diversas áreas, como por exemplo, a psicologia, nesta são destacados os estudos de Piaget, com relação a estrutura cognitiva, pois ele ao estudar a epistemologia genética vai classificar as faixas etárias e o estágio correspondente ao nível de conhecimentos. Isto decorre em seus estudos, que confirmam a aprendizagem depende de determinadas variáveis como, por exemplo, a idade.

Assim, as avaliações no campo educacional serão elaboradas, considerando a idade e o nível de conhecimento correspondente. Isto traz como simplificação a possibilidade de realizar o diagnostico no que se refere a adequação idade/série, podendo de forma satisfatória ou não quando estabelecida as devidas relações com está classificação.

A partir deste esclarecimento, podemos compreender a grade curricular onde, por exemplo, um conhecimento quando exige a realização de uma operação matemática como a subtração com reserva, entende-se que somente uma criança na faixa etária dos 9/10 anos estará apta a compreender o processo. Certamente, está condição não invalida a possibilidade do aluno precocemente conseguir realizar a operação.

Para compreender esta questão os estudos de Piaget foram fundamentais e determinantes, prevalecendo ate nossos dias. Não queremos, entretanto, invalidar outras possíveis contribuições, mas apenas ressaltar a presença ainda marcante desta influência no processo de organização do ensino e da prática pedagógica.

Micotti (1980), destaca que os estudos de Piaget revelam que a pertinência da classificação com relação a área da matemática, entretanto quanto leitura considera a necessidade de estudos, pormenorizados, ou talvez utilizando-se de testes mais adequados, para atribuir a pertinência no processo de leitura.

No processo de aprendizagem da leitura e a escrita, se faz necessário uma abordagem, a respeito de estruturas cognitivas compatíveis, ou seja, podemos dizer que esse processo, também fornece relação com a estrutura do desenvolvimento, sem a adequação dessa relação, percebe-se um enfraquecimento neste contexto.

A escrita considera-se uma forma de representação, para o uso da comunicação, através desse recurso, o indivíduo tem a correspondência, para transmiti-la.

A leitura constitui-se, da habilidade da escrita, assim assimilada, a criança passa para o estágio da leitura, fará relação grafema-fonema.

Para dominar a linguagem e a escrita é necessária a efetivação de processos cognitivos condizentes com a estruturação da escrita que, dada a sua natureza exige que o sujeito disponha, por exemplo, de atividade perceptiva, imagem mental, linguagem, representação de relações espaciais em certo grau de evolução para que possa coordenar suas ações considerando as propriedades do objeto a que se referem (MICOTTI, 1980, p.108).