Significar a Educação: Da Teoria à Sala de Aula (página 8)
Esse não é o único referencial, nem tem a pretensão de o ser. No entanto, é um instrumento que, no caminho metodológico, consegue reunir, coerentemente, a síntese das teorias que contemplam o desejo e as necessidades humanas, em um contexto de constantes transformações, onde as buscas são ilimitadas. Por isso, foi esse o referencial adotado pelos professores para exercitar suas práticas pedagógicas. O Arco de Maguerez, que trazemos abaixo, foi reconstruído por nós para que pudéssemos inseri-lo de forma significativa na prática.
Como se pode perceber na Metodologia do Arco, o professor parte da realidade do aluno, busca iluminação no conhecimento teórico e retorna à realidade. Esse retorno, no entanto, não será mais ao mesmo nível de competência anterior, pois agora, fundamentado no conhecimento adquirido, o aluno será mais capaz de compreender as situações e/ou resolver os problemas do contexto. Por outro lado, esse exercício também desenvolverá no aluno o hábito e o desejo da busca investigativa, pois vai criando novas perguntas e curiosidades que necessitam de novas respostas.
Para uma melhor compreensão de cada passo do Arco, trazemos algumas considerações.
Passo 1: SITUAÇÕES-PROBLEMA DA REALIDADE (momento da provocação do desejo)
O professor inicia a sua aula, trazendo situações e problemas significativos para os alunos. Relembrando Vygotski, essas situações e problemas precisam estar na zona de desenvolvimento proximal do aluno, ou, segundo Piaget, é preciso conhecer e respeitar os estágios de desenvolvimento do aluno. Essas situações e problemas podem ser apresentados pelo professor. Como, também, o professor, a partir de um tema significativo, pode solicitar que os alunos apresentem situações e problemas significativos e que estão relacionados ao tema. O que é importante frisar nesse momento é que o professor, a partir de um tema, aborda as situações e problemas significativos para os alunos, sem ainda apelar ao conhecimento teórico (conteúdo).
Nesse momento inicial, percebemos que vários problemas já começam a limitar a prática do professor, ou como costumamos dizer, "iniciar por situações-problema o processo, já é um problema para o professor". Senão vejamos: a) A formação e a cultura do professor é outra: iniciar pelo conteúdo (remoto), explicar aos alunos o conteúdo, fazer exercícios sobre o conteúdo, tirar dúvidas sobre o conteúdo e solicitar a sua repetição ou transposição na prova; b) O professor que não conhece o contexto, as situações e os problemas que originaram o conteúdo, como vai conseguir significar esse conteúdo no contexto, nas situações e nos problemas vividos pelos alunos?; c) A dinamicidade do contexto, no qual vivem os alunos, exige um olhar do professor sobre situações e problemas do cotidiano (jornais, revistas, internet, noticiário local e global, ...) e um exercício de aderência dessas situações e problemas aos conteúdos que são trabalhados em sala de aula.
Esses são alguns dos desafios que precisam ser superados pelos professores, para desencadear esse primeiro passo do método.
Passo 2: HIPÓTESES DE SOLUÇÃO, ANTES DA TEORIZAÇÃO (continua o momento da provocação do desejo)
Apresentadas as situações-problema, o professor procura, dinamizar a provocação das hipóteses dos alunos. É importante lembrar que uma situação-problema que não provoca hipóteses não é uma situação-problema, é apenas uma situação com respostas já pré-definidas e decoradas. Aqui também percebemos as dificuldades e as limitações dos professores. Nesse momento, como os alunos ainda não tiveram contato com o conteúdo (conhecimento, fundamentação teórica...), cada um, no seu senso comum, na sua individualidade, nas suas concepções prévias, na sua cultura, ..., irá posicionar-se para apresentar seus argumentos (normalmente achismos), para a compreensão, ou a solução da situação-problema. O professor, nesse momento, provoca, questiona, retira os alunos da sua cômoda posição de receber informações acabadas e repeti-las. Os alunos, por sua vez, são colocados em movimento e conflito mental, como sugere Perrenoud:
Os alunos devem procurar a solução, construí-la, o que evidentemente supõe que a tarefa proposta esteja em sua zona de desenvolvimento próxima e que possa apoiar-se em uma familiaridade com o campo conceitual implicado. (1999, 57)
Esses dois primeiros passos são fundamentais para que o aluno sinta-se provocado para buscar no conhecimento mais complexo - na teoria - os referenciais, para que tenha competência para compreender por que as coisas são como são, enfim, para apropriar-se, de forma fundamentada, das compreensões e/ou soluções.
Passo 3: TEORIZAÇÃO (momento da iluminação, compreensão fundamentada das situações e dos problemas)
É nesse momento que a teoria tem importância e faz sentido, pois precisa responder, ou iluminar o desejo provocado nos alunos. Cabe-nos trazer algumas reflexões sobre nosso conceito de teorização, a partir da proposta aqui refletida. Compreendemos os termos conhecimento, saberes, teoria, conteúdos, ou que outro nome queremos dar, como sendo as informações alcançadas por teóricos e que estão situadas além do senso comum de uma pessoa, ou de um grupo de pessoas, ou ainda de uma coletividade maior e que permitem compreender situações e/ou resolver problemas do contexto mundo.
Em conseqüência, conceituamos teóricos. Segundo nossa compreensão, são pessoas que, a partir dos seus conhecimentos prévios, por curiosidade ou necessidade, ou ainda movidos pelo desejo de conhecer, ou resolver problemas do seu tempo, investigam situações, confrontam fatos e conseguem chegar a novas verdades (sempre relativas) que irão ajudar a humanidade na compreensão das situações e/ou solução dos seus problemas.
Diante dessas concepções, a partir das situações-problema apresentados e das motivações provocadas, a teoria é a referência para que o professor possa levar os alunos a compreender, de forma significativa, as situações do mundo/vida e/ou tenham a capacidade de buscar, auxiliados pela teoria, a solução dos problemas da sua época. Além disso, esse exercício provoca novos desejos e novas buscas no aluno, além de abrir o horizonte para que ele, aluno, possa ser um inventor, um criador de novas teorias que sirvam, em princípio, para ele, e, quem sabe, para a humanidade.
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