O Perfil do Jovem Estudante do Ensino Fundamental e Médio da Cidade de Imperatriz (página 3)

AS DROGAS E A ESCOLA: uma parceria que não dar certo

A escola de hoje tem muitos desafios a enfrentar. Desafios externos, internos, funcionais, sociais, estruturais, pedagógicos e tantos outros. Diante dessa realidade, a mais relevante e desafiadora é o uso de drogas pelos jovens. Proveniente do tráfico, do excesso de liberdade e da extrema falta de supervisão por parte de pais e da própria escola, que se vê quase sem saída diante dos obstáculos já mencionados, este uso traz muitos transtornos a toda a sociedade. Apesar de diversas teses e teorias buscaram a causa para o problema das drogas, não é possível diagnosticar, de forma exata, o verdadeiro estopim desta bomba. O que se sabe é que existem dados alarmantes a este respeito e no caso específico da população estudada pode ser diferente de outras escolas localizadas em outras regiões do país.

Os jovens têm sido presas fáceis e o alvo preferido pelos traficantes de drogas. Em nível nacional e internacional o problema das drogas entre os estudantes é grave. A mais recente pesquisa do centro brasileiro de informações sobre drogas psicotrópicas diagnosticou que entre 48 mil estudantes de escolas públicas pesquisadas, dois entre cada três jovens já ingeriram bebidas alcoólicas aos 12 anos de idade e um em cada quatro já experimentou cigarros, apesar de isto estar estampado claramente nas pesquisas, as escolas, na sua maioria, ignoram o problema.

Não convém buscar resolver de forma geral o problema, pois conforme já mencionado é muito abrangente. Mas há a necessidade de se pensar numa maneira prática de lidar com tal situação. Uma das alternativas seria compreender a sua abrangência dentro da própria instituição escolar e buscar ações que possam minimizar seus impactos sobre o convívio social.

O professor é um excelente candidato a tomar a iniciativa de ajudar a escola a lidar com o problema das drogas. Este ato envolve não somente falar sobre o tema com os alunos e lhes mostrar fatos e dados alarmantes sobre drogas, sua composição, efeitos etc.; mas envolve especialmente ganhar a confiança dos adolescentes para assim penetrar nas suas vivências restritas a eles mesmos, para ganhar o seu respeito de modo a ter direito, voz e vez, ou seja, poder de interação e interferência nas suas vidas.

Ao promover tal interação com os alunos na tentativa de lidar com o problema o professor tem de tomar cuidado para não cair em descrédito e muito menos estimular, sem reflexão, a curiosidade dos jovens para o assunto. Tiba (2002, p. 260) nos alerta dizendo que "[...] são muitas as razões que levam os adolescentes a experimentar as drogas... [especialmente] as questões educacionais e familiares". Visto que, estabelecer e seguir limites são dificuldades para muitos jovens, faz-se necessário para o professor e para a escola se aliar à família buscando construir no seu aluno uma consciência crítica que estimule sua saúde mental, social e familiar. Caso contrário só quem terá prejuízo é o próprio jovem.

A educação ativa formal é dada pela escola. Porém, a educação global é feita a oito mãos: pela escola, pelo pai e pela mãe e pelo próprio adolescente. Se a escola exige o cumprimento de regras, mas o aluno indisciplinado tem a condescendência dos pais, acaba funcionando como um casal que não chega a um acordo quanto à educação da criança. O filho vai tirar lucro da discordância pais/escola da mesma forma que se aproveita quando há divergências entre o pai e a mãe (TIBA, 1996, p. 165).

Sabemos que não é fácil lidar com este problema, contudo faz-se necessário focalizar, encarar o problema e tentar solucionar e/ou minimizar dentro do contexto social dos envolvidos. 

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